A crescente tensão no Oriente Médio tem gerado preocupações globais, à medida que o cenário geopolítico se torna cada vez mais volátil. Recentes movimentações militares e ameaças de retaliação do Irã, após a eliminação de um líder do Hamas, acenderam o alerta em diversas capitais mundiais.
Durante o programa BM&C News, André Machado, CEO do Projeto 10%, foi um dos convidados e apontou que a região, descrita como um verdadeiro “barril de pólvora”, pode estar prestes a enfrentar uma nova escalada de conflitos.
Com um aumento significativo nos preços do petróleo, que subiram drasticamente nos últimos dias, o impacto econômico desta crise já é perceptível. O Estreito de Ormuz, uma das rotas mais estratégicas para o comércio de petróleo no mundo, é uma das áreas que podem ser diretamente afetadas. Por esse estreito, que conecta o Golfo Pérsico ao Mar de Omã, passa cerca de 33% de todo o petróleo mundial e 20% do comércio marítimo global.
A possibilidade de uma guerra envolvendo Israel, Estados Unidos e seus aliados contra o Irã traz riscos consideráveis não apenas para a estabilidade regional, mas também para a economia global. O preço do petróleo, que já enfrenta pressões inflacionárias devido à guerra na Ucrânia e a sanções econômicas contra a Rússia, pode explodir, gerando um impacto econômico global ainda maior.
Os Estados Unidos já enviaram porta-aviões nucleares e submarinos para a região, aumentando a presença militar como forma de dissuasão. A Rússia, por sua vez, expressou apoio ao Irã, e há especulações sobre o possível envolvimento da China em futuras negociações ou conflitos.
Machado destaca que, embora as tensões sejam monitoradas de perto, muitos investidores podem estar subestimando o impacto potencial dessa crise. A experiência histórica mostra que os choques nos preços do petróleo, como os vividos nas décadas de 1970, podem ter efeitos devastadores na economia global, exacerbando a inflação e forçando os bancos centrais a adotarem políticas mais rígidas.
No Brasil, o impacto também pode ser significativo. A Petrobras, que ajusta seus preços conforme o mercado internacional, poderá repassar os aumentos do petróleo para os combustíveis, afetando toda a cadeia produtiva nacional e potencialmente pressionando a inflação no país.
Com a eminência de uma escalada militar na região, o mundo assiste com apreensão ao desenrolar dos acontecimentos, ciente de que as decisões tomadas nas próximas semanas poderão reverberar por todo o planeta, tanto na esfera econômica quanto na geopolítica.