O ex-ministro da Casa Civil Pedro Parente destacou a influência negativa da interferência estatal no crescimento econômico do Brasil. Ele também fez duras críticas à estrutura tributária atual e à falta de ambição para o crescimento sustentável do país. “O potencial econômico e o crescimento do Brasil poderiam ser bem maiores caso houvesse menos interferência do Estado,” afirmou. Parente argumentou que a estrutura tributária brasileira é “extremamente desorganizada” e que, mesmo com as reformas propostas, continuará sendo complexa, o que impõe custos elevados ao crescimento e ao empreendedorismo.
Agronegócio como exemplo de sucesso
Parente destacou o agronegócio como o setor mais bem-sucedido do Brasil, justamente por ser o que sofre menos interferência estatal. “Não admira que, quando a gente olha o Brasil de hoje, o setor que está dando mais certo é o agronegócio, onde existe a menor interferência do governo e uma carga tributária muito baixa,” observou o ex-ministro. Ele enfatizou que esse setor tem respondido “de maneira excepcional ao desafio que o Brasil tem de alimentar o mundo.”
Ambição e crescimento sustentável

O ex-ministro também lamentou a falta de ambição nas políticas econômicas do país, apontando que o Brasil tem potencial para crescer muito além dos atuais 1,5% a 2,5% ao ano. “O Brasil, sem dúvida nenhuma, com as políticas adequadas que estimulassem ou que estimulem a poupança e o investimento, poderia crescer sustentavelmente em 5% por ano. Ter essa ambição é importante, mas a gente não vê mais essa ambição colocada na agenda,” ressaltou Parente. Veja a entrevista na íntegra aqui.
Pedro Parente é uma personalidade influente no Brasil, com uma vasta experiência tanto no setor público quanto no privado. Nascido em 1953, ele é formado em Engenharia Eletrônica pela Universidade de Brasília. Parente ocupou cargos de destaque no governo brasileiro, como Ministro da Casa Civil durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, e foi também presidente da Petrobras de 2016 a 2018, período em que conduziu a recuperação financeira da estatal após a crise. Além disso, Parente já atuou como presidente do Conselho de Administração da BM&F Bovespa e é atualmente o CEO da BRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo. Sua trajetória é marcada pela gestão em momentos de crise e pela defesa de políticas econômicas que favoreçam o desenvolvimento sustentável.