Com o aumento da inflação no mundo, mas principalmente no Brasil, a Dahlia Capital mudou a visão sobre o fim do ciclo de aumento nos juros feita pelo Banco Central. De acordo com a carta mensal para o mês de novembro, a gestora acredita que a tendência de alta da Selic se encerrará no segundo trimestre de 2022, mas não especificou para quanto.
“Alguns meses atrás, imaginávamos que o Banco Central poderia sinalizar que o ciclo de alta de juros poderia terminar neste ano. Porém, com a
recente deterioração do cenário fiscal, é possível que isso só venha a acontecer no 2º trimestre do próximo ano”, disse a Dahlia, que mostrou confiança nas ações nacionaias. “Não obstante, vemos uma janela de oportunidade já se abrindo para ativos brasileiros.”
A principal preocupação da carta, assim como para maiorias das gestoras, é em relação à inflação no mundo, que é impactado nos preços de diversos itens de consumo. “Seja nos R$7 por litro de gasolina, nas etiquetas de segurança nas carnes dos supermercados ou nos preços dos outros alimentos, sentimos seu impacto em nossos bolsos no dia a dia”, destacou.
A gestora explica que os fatores domésticos que afetam a inflação também atingem outros países, como as rupturas em cadeias de suprimento, preços mais altos do petróleo e dólar mais forte. As nações que apresentam uma inflação mais alta tendem a ficar mais pobres ao longo do tempo, enfatizou a Dahlia.
Apesar das tendências de queda do Ibovespa, a gestora afirmou que pontos estão sendo deixados de lado. “Acreditamos que muitos dos riscos já entraram nos preços dos ativos brasileiros e alguns aspectos podem estar sendo ignorados.” E explica: “O endividamento, em termos reais, está em níveis similares a 2014, mas com uma receita 80% mais alta. A alta da taxa de juros pode ter um impacto mais reduzido no custo financeiro das empresas, que em ciclos anteriores.”
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