O CEO do BTG Pactual, Roberto Sallouti, cobrou uma postura mais firme do governo federal em relação ao compromisso com a meta fiscal. “Nos últimos sessenta dias a gente teve várias vários eventos e vários discursos que minaram a credibilidade da política fiscal. Chegou no momento que, infelizmente, só o discurso não adianta mais. Você precisa do discurso primeiro, parar de ter discurso contra. Segundo ter discursos que reiterem, mas terceiro você precisa de algo muito concreto para mostrar que as metas serão atingidas”, declarou em entrevista à BM&C News, na Money Week 2024.
O arcabouço fiscal é um conjunto de regras que têm como objetivo evitar o descontrole das contas públicas. A ideia central é evitar que o governo gaste mais do que arrecada, o que traria mais previsibilidade às finanças públicas e mais confiança por parte de credores, investidores e agentes econômicos de forma geral. Mas, Sallouti alerta que os investidores do mercado ainda enxergam a medida com desconfiança.
“Na minha opinião os ativos estão baratos. Para eles deixarem de estar baratos existe um ponto crucial que é o Brasil recuperar a credibilidade do arcabouço fiscal. Hoje as metas desenhadas lá estão sendo questionadas. Se a gente conseguir ter uma sinalização forte e inequívoca que as metas do arcabouço fiscal serão atingidas acho que isso diminui significativamente o prêmio dos mercados. O real fica mais valorizado, o juro fecha a bolsa sobe e acho que esse é o principal item hoje do mercado na agenda de preocupação dos investidores”, disse o CEO do banco privado.
