
Em meio aos ruídos políticos devido à informação sobre pedido de propina de US$ 1 do governo Bolsonaro por dose de vacinas da covid-19 e pregando cautela com a inflação, o Ibovespa abriu com leve queda na manhã desta quarta-feira (30).
Às 10h08, o Ibovespa recuou 0,29%, aos 126.964 pontos. Logo em seguida, por volta das 10h18, o índice encerrou os leilões em queda de 0,55%, aos 126.628,33 pontos.
LEIA MAIS:
- BNP Paribas prevê economia volátil em 2022; eleições devem ditar o mercado
- Com alta em abril, desemprego tem maior nível em 11 anos
Uma combinação de fatos negativos afeta o mercado doméstico, que desprezou o déficit primário do setor público melhor do que as projeções. Em igual ordem, pesam o reajuste da bandeira vermelha 2 nas contas de energia e um provável novo aumento no curto prazo. A CPI da Covid tomou proporção maior, depois de mais denúncias sobre irregularidades na compra de vacinas. Os rumos da reforma tributária estão indefinidos, com protestos generalizados de empresários.
O Ibovespa se descolou de NY (Dow Jones +0,35%, S&P 500 +0,07% e Nasdaq -0,16%) e voltou a perder os 127 mil pontos. Há pouco, o índice caía 0,72%, aos 126.406,21 pontos. No dia da formação da Ptax mensal, o dólar rompeu os R$ 5,00 e há pouco subia 1,29%, cotado a R$ 5,0057. A curva de juros futuros acompanha o azedume e opera em alta de ponta a ponta
Sinais de acúmulo de pressão inflacionária somam-se aos confrontos políticos, com mais uma denúncia de corrupção no governo de Bolsonaro e pesam sobre os negócios do último pregão do mês. No exterior, uma variante altamente infecciosa do coronavírus impõe cautela sobre ritmo de retomada econômica
Dólar supera os R$ 5,00, com ruídos políticos, exterior e formação da Ptax
O dia está um prato cheio para os comprados em dólar por ser formação da Ptax mensal. As denúncias sobre a compra de vacinas, agora atingindo irregularidades com a Pfizer, põem fogo na CPI do Senado. A reforma tributária está longe de um consenso. E o exterior também não ajuda, com a alta do DXY (+0,14%), após os dados do mercado de trabalho americano. Há pouco, o dólar subia 1,35%, cotado a R$ 5,0074.
Tensão política e bandeira vermelha 2 afetam Ibovespa; bancos e Petrobras pesam
A temperatura política no Brasil está alta. Não param de pipocar denúncias sobre compras irregulares de vacinas, o que coloca o foco dos investidores na CPI da Covid. A proposta de reforma tributária tem desagradado os investidores, ainda que o ministro Paulo Guedes tenha tentado amenizar os alegados estragos para a carga de impostos das empresas.
A abertura de consulta pública pela Aneel para nova eventual alta da bandeira vermelha 2 da energia é outro fator que machuca as empresas. Como é o último dia do ano, os gestores correm para ajustar suas carteiras.
O setor bancário e a Petrobras prejudicam o Ibovespa. Bradesco ON (BBDC3) caiu 1,09% e BBDC4 -0,80%. Banco do Brasil ON (BBAS3) recua 0,40%, Itaú Unibanco PN (ITUB4) -1,23% e a Unit do Santander (SANB11) -0,72%. Apesar da alta do petróleo, Petrobras ON (PETR3) recua 0,30% e PETR4 -0,62%.
Já a alta de 0,82% do minério de ferro em Qingdao beneficia Vale ON (VALE3), que sobe 0,84%, e Usiminas PNA (USIM5) +0,37%. CSN ON (CSNA3) vai na contramão e cai 0,20%, assim como Gerdau PN (GGBR4) -0,53% e Gerdau Metalúrgica PN (GOAU4) -0,57%, por serem intensivas em uso de energia. Há pouco, o Ibovespa caia 0,40%, aos 126.851,97 pontos.
Após acordo para encerrar ações judiciais, CCR lidera altas
As ações da CCR (CCRO3) registram a maior alta do Ibovespa, com valorização de 3,54% (R$ 13,75). A empresa fechou um acordo preliminar com o governo de SP para encerrar as ações judiciais que pediam anulação de termos aditivos em contratos de concessão da AutoBAn, da SPVias e da ViaOeste.
Banco Inter (BIDI11) também está entre as maiores altas do índice, com valorização de 2,93% (R$ 75,99), assim como Suzano (SUZB3), que sobe 0,93% (R$ 60,82). A Petrobras conclui nesta quarta-feira o follow-on para a venda de sua participação de 37,5% na BR Distribuidora (BRDT3), o que afeta positivamente a ação desta última, que sobe 0,99% (R$ 26,56).
Vale (VALE3) avança 0,92% (R$ 113,558), depois de o minério de ferro ter registrado elevação de 0,82% (para US$ 214,08 a tonelada) no porto chinês de Qingdao. O resultado pesa positivamente sobre a Bradespar (BRAP4), uma das maiores acionistas da Vale, que tem alta de 0,63% (R$ 75,10).
CVC lidera as perdas
Os papéis da CVC (CVCB3) lideram as baixas do Ibovespa, com desvalorização de 2,51% (R$ 27,21). Já Locaweb (LWSA3), que anunciou integração da sua plataforma Tray ao Facebook, recua 1,88% (R$ 27,13).
Também entre as maiores quedas do índice estão B2W (BTOW3), que cai 2,06% (R$ 67,46), Cielo (CIEL3) -1,92% (R$ 3,56) e Lojas Americanas (LAME4) -2,43% (R$ 21,68)
Se inscreva no nosso canal e acompanhe a programação ao vivo: