Nesta quarta, 24, as ações da Sabesp passam por uma realização no mercado. Por volta das 14h o papel caía 1,17%, mas ainda cotado a R$ 87,61. O preço está bem acima dos R$ 67, valor negociado durante a oferta pública de novas ações. Durante o evento que encerrou o processo de desestatização, ontem, o govenador de São Paulo, Tarcísio de Freitas arriscou uma projeção para o preço do papel da companhia: “com a privatização, ação da Sabesp tem potencial para valer R$ 120”. Nesse valor a fatia que restou do governo estadual na composição acionária seria o mesmo do valor da companhia antes da venda de 32% das ações. “Nesse valor, fatia de 17% do governo de SP valerá o mesmo que antes da desestatização”, declarou o governador.
Parte do mercado acompanha a previsão de Tarcísio. “Analistas indicam que a ação da Sabesp pode atingir um valor justo de R$ 120, dependendo dos ganhos de eficiência alcançados pela Equatorial”, argumenta o economista Alex André, da MSX. A Equatorial é acionista de referência da Sabesp, possuindo 15% das ações. “A Equatorial foi escolhida como parceira por sua capacidade de execução de projetos e estrutura de capital adequada”, explica André. Veja a entrevista completa aqui.
A venda das ações a R$ 67 durante o processo ainda é questionada por partidos de oposição. A Advocacia Geral da União (AGU) defendeu, em manifestação do STF, a suspensão da lei municipal de São Paulo que autoriza a privatização da Sabesp. Uma das questões é o valor ofertado pela Equatorial, “significativamente inferior ao valor de mercado” o que “denota clara violação ao princípio de eficiência”.
Para Alex André, o preço de R$ 67 foi definido por uma questão de demanda. “O desconto foi para atrair uma grande demanda institucional para as ações da Sabesp”, analisa ele.