Durante o programa BM&C News, o economista e comentarista VanDyck Silveira discutiu a atual política econômica do governo Lula, destacando preocupações significativas que podem impactar a economia brasileira a longo prazo.
Segundo Silveira, a estratégia de Lula é caracterizada por projetos populistas que aumentam o PIB temporariamente, mas podem resultar em crises econômicas graves, como a que ocorreu em 2014, quando a inflação atingiu 15% e o Brasil enfrentou a maior recessão de sua história.
O comentarista ressalta que, embora o governo esteja tentando manter o equilíbrio fiscal, a tarefa está sendo dificultada pelo rápido aumento dos gastos governamentais, que estão crescendo a uma taxa alarmante de 13% ao ano, enquanto o PIB cresce apenas 2.1%. “Esse modelo de gastos para bombar o PIB no curto prazo tem um fim previsível. Precisamos focar no crescimento sustentável através da expansão da produtividade e investimentos”, afirmou.
O déficit nominal, que já está em 10% do PIB, é uma das maiores preocupações de Silveira. Ele explica que este alto déficit impacta negativamente a dinâmica da dívida, elevando a inflação e prejudicando a economia. “A meta fiscal do governo, que é 0,25% do PIB, pode não ser atingida devido à pressão política e eleitoral, que tende a aumentar os gastos”, alertou.
O economista também destacou que o governo anunciou um contingenciamento de 15 bilhões de reais para tentar alcançar a meta fiscal, mas ele acredita que este valor pode ser insuficiente. “Esses 15 bilhões são um cobertor curto. A pressão política e as despesas crescentes podem levar a um déficit fiscal muito maior do que o esperado, possivelmente entre 0,75% e 1% do PIB”, disse.
Outro ponto crítico mencionado por Silveira é a superestimação das receitas e a subestimação das despesas pelo governo e pelo Congresso. Ele alerta que, especialmente em um ano eleitoral, essas estimativas podem ser altamente imprecisas, agravando ainda mais a situação fiscal do país. “Não podemos depender de receitas projetadas sem uma base sólida. A realidade fiscal pode ser muito diferente do que está sendo apresentado”, concluiu.