Vivemos na era da informação digital, mas até que ponto isso é realmente humano? Muitos se perguntam se a web que conhecemos ainda é feita por pessoas ou se estamos surfando numa onda de conteúdo gerado por bots. A popular “teoria da internet morta” sugere que o controle de tudo que vemos e consumimos online está, cada vez mais, nas mãos de robôs e algoritmos elaborados.
Imagine um mundo onde cada clique, cada nova tendência e até os influencers que seguimos podem não passar de uma cuidadosa manipulação de código e tecnologia. Parece ficção científica, mas, para alguns, é a crua realidade do que chamam de era da “internet morta”.

O que é a teoria da Internet Morta?
Essa teoria, que cresce entre teóricos e analistas da web, começou a gerar burburinho há cerca de dez anos. Segundo seus proponentes, a grande maioria do conteúdo online que consumimos é criada automaticamente por bots. O objetivo? Simples e claro: influenciar grandes públicos para comercializar produtos ou mesmo para desviar a atenção das massas de questões consideradas críticas, como fenômenos inexplicáveis ou políticas controversas.
Quais os fundamentos da teoria Internet Morta?
Em 2021, um usuário de nome IlluminatiPirate compartilhou um manifesto em um fórum popular na internet que compõe a espinha dorsal dessa teoria. Ele argumentava que um algoritmo omnipresente já tinha tomado as rédeas da criação de conteúdo na web, visando a manipulação em massa. E a coisa não para por aí: grandes corporações e até mesmo governos estariam por trás dessa grande marionete digital.
Quantos bots estão na internet?
Um relatório de 2021 da Barracuda, uma empresa de segurança cibernética, estima que 62% de todo o tráfego da web é gerado por bots. Essa informação sozinha revela a massiva presença não humana online. Esses bots são programados para simular interações humanas e podem estar impulsionando hashtags, participando de debates e até engajando com conteúdo de maneira autônoma. O perigo? Eles são quase indistinguíveis de interações humanas genuínas.
O uso de bots para manipular algoritmos é uma realidade, especialmente na publicidade, onde o objetivo é maximizar a exposição de produtos ou ideias. Em alguns casos, isso serve a interesses particulares, moldando notavelmente a cultura e o consumo sem que o público geral perceba.
Reflexões sobre a Internet Morta
À medida que a inteligência artificial avança, seu uso na criação de conteúdo torna-se cada vez mais sofisticado. Com previsões apontando que até 2030, mais de 99% do conteúdo poderá ser gerado por IAs, segundo Timothy Shoup, surge uma questão essencial: ainda há espaço para a autenticidade humana na internet?
Embora a teoria da internet morta possa parecer extravagante, ela destaca uma mudança real na maneira como consumimos informações e interagimos online. Cabe a nós discernir e questionar a origem do que nos é apresentado como fato, tendência ou mesmo arte. Ser crítico nunca foi tão crucial, especialmente em uma era onde a distinção entre real e fabricado torna-se cada vez mais nebulosa.
Portanto, enquanto navega, questione, avalie e lembre-se de que, por trás de cada interface, pode haver muito mais do que olhos humanos podem ver. A internet pode não estar morta, mas está certamente evoluindo de maneiras que precisamos compreender e confrontar.