
A rede de restaurantes Madero concluiu a renegociação das condições de R$ 160 milhões em debêntures na quarta emissão, que foi realizada em agosto do ano passado. De acordo com informações do site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o banco Itaú BBA foi responsável por coordenar a operação e encarteirar os documentos.
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A rede foi diretamente afeta com a crise econômica causada pela pandemia de Covid-19, além de não ter cumprido compromissos, conhecidos como “covenants”, da emissão desde dezembro de 2020. Diante disso, atas de reuniões com debenturistas apontaram alguns problemas, como falhas em compromissos com garantias e em pagamentos, atrasos na divulgação de informações, e também desenquadramento financeiro.
Durante reunião realizada na última quarta-feira (23), Madero ganhou um tempo maior para tentar ajeitar a casa, com extensão do prazo de vencimento das debêntures de seis meses, que vai pelo período de janeiro para julho de 2022.
Além disso, para que não houvesse declaração do vencimento antecipado das ações, a rede de restaurante entregou em garantia cessão fiduciária de recebíveis de cartões crédito. Dentre os documentos citados estão cédulas de crédito bancário (CCBs) com o banco BTG Pactual (BPAC11) e Banco do Brasil (BBAS3), além do certificado de direitos creditórios do agronegócio com o Bradesco. Juntos, essa somatória se dá em mais de R$ 500 milhões.
O Madero também teve de concordar com o aumento da taxa da emissão, de CDI mais 3,6% ao ano para CDI mais 8% ao ano. A empresa também acabou se comprometendo a pagar uma multa, chamada de “fee de repactuação”, equivalente a R$ 2,4 milhões.
Houve alteração também de “covenants” da emissão. O múltiplo de dívida líquida pelo Ebitda, agora, deverá ser igual ou inferior a 2,5 vezes, a partir de 31 de março do próximo ano (na escritura da emissão, o compromisso era chegar a este patamar em até o período de 30 de junho de deste ano).
A empresa, por sua vez, passou a se comprometer com uma dívida bruta máxima R$ 1,1 bilhão a partir de 31 de março de 2022 – na escritura da emissão o compromisso era chegar nesse patamar em 30 de junho de 2021. Além disso, Madero também passou a se comprometer com uma dívida bruta que chega a R$ 1,1 bilhão a partir de 30 de junho ainda deste ano. Inicialmente, a empresa havia se comprometido a pagar uma dívida bruta de R$ 715 milhões até 31 de dezembro de do ano anterior e o valor de R$ 780 milhões no dia 30 do próximo mês.
Diante disso, na data que foi divulgado o relatório, o grupo Madero dizia que as novas linhas com bancos e a geração de caixa estimada para os próximos 12 meses não serão suficientes para atender os compromissos de curto prazo. No entanto, a cadeia segue discutindo adiamentos e novas linhas. Levando em consideração o curto e longo prazo, ao fim de março eram R$ 2,4 bilhões em obrigações com bancos, fornecedores, tributos, entre outros, e 31% venciam em até um ano.
No período pré-pandêmico, a empresa planejava uma oferta pública inicial de ações (IPO), mas a operação não pode ser levada adiante pelo impacto da crise econômico nos negócios da empresa. Além do fundador Junior Durski, a empresa tem como acionista a SPX, que acabou assumindo a operação do Carlyle em território nacional.
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