No mercado de ações, as avaliações de grandes corporações sempre geram atenção massiva, e o mais recente relatório do BTG Pactual sobre a Vale (VALE3) não é exceção. Os especialistas do banco reafirmaram uma perspectiva neutra para a atuação da companhia, estabelecendo o preço-alvo para as ADRs em US$ 16, enquanto as ações atualmente estão sendo negociadas a cerca de US$ 11,20 em Nova York.
Segundo dados recentes do Status Invest, o yield de dividendos da Vale é destaque no contexto atual. No acumulado dos últimos 12 meses, a empresa disponibilizou cerca de R$ 6,98 por ação ordinária, o que representa um yield impressionante de 11,4%. Esse valor se relaciona diretamente com as projeções do BTG que indicam um possível yield de dividendos da ordem de 12%.

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Qual é a visão do BTG Pactual sobre os ativos da Vale?
Durante um seminário da Vale Base Metals, que contou com a presença de Mark Cutifani, presidente da companhia, os analistas do BTG tiveram a oportunidade de profundar suas análises. A visão apresentada foi de que, embora não haja uma “solução mágica” para os ativos, os caminhos para a recuperação da rentabilidade são palpáveis, com potencial de EBITDA entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões nos próximos anos.
Investimentos e Expectativas de Produção até 2026
O documento do BTG Pactual também aponta para a projeção de despesas da Vale para os anos de 2024 a 2026, detalhando um montante total de US$ 1,15 bilhão. Desse total, US$ 650 milhões são destinados a capacidade, taxa de execução e confiabilidade. Outros US$ 150 milhões estão previstos para Sudbury e Salobo, enquanto US$ 350 milhões seriam focados em exploração e desenvolvimento de projetos.
As estimativas de produção para o cobre estão entre 375 e 410 kt até 2026, com potencial aumento de 5% após uma revisão de ativos. Para o níquel, a meta é alcançar uma produção entre 190 e 210 kt, podendo subir em 10% nas mesmas condições. Esses planos visam uma redução de custos de 10%, com o preço por tonelada de cobre variando entre US$ 3.500 e US$ 4.000, e o de níquel entre US$ 11.500 e US$ 13.500.
Impacto das Projeções sobre o Valor de Mercado da Vale
Apesar da queda recente nas ações, que apresentaram uma desvalorização de 21% no acumulado de 2024, o BTG reconhece um valuation mais atraente para os ativos de metais básicos da Vale, sugerindo que o mercado pode estar subestimando essas unidades. Isso reforça a ideia de que há uma possibilidade de valorização no longo prazo que poderia gerar uma criação de valor adicional de cerca de US$ 6 bilhões pós-revisões.
Apesar de a apresentação no seminário não ter sido vista como um evento de grande impacto de mercado, as diretrizes estratégicas para os próximos anos indicam um caminho promissor para a empresa, com a claro potencial de aumento de rentabilidade e otimização de processos.