A Petrobras planeja investir cerca de US$ 1,5 bilhão para perfurar 14 poços na margem equatorial do Brasil, nos próximos cinco anos. A região é considerada de alta sensibilidade ambiental e, por isso, empresas petrolíferas que adquiriram áreas exploratórias nessa bacia acabaram não conseguindo avançar nos projetos por falta de licenciamento. Segundo a empresa, o Ibama deve liberar a autorização para que ela perfure no local em breve.
“Hoje, a bola está com a gente, não está com o Ibama, que já apreciou parte dos estudos apresentados. Precisamos desenvolver o simulado que demonstra que estamos com todos os recursos necessários para obter licença de perfuração naquela área”, afirmou o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Fernando Borges, durante o evento Shell Talks.
Há anos, empresas petrolíferas tentam conseguir o licenciamento ambiental para desenvolver blocos adquiridos em leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A região é considerada promissora por conta das semelhanças geológicas com bacias de alto potencial localizadas na Guiana e no Suriname.
O Ibama, no entanto, negou sucessivos pedidos, principalmente, porque as empresas não conseguiram comprovar que possuem sistema de controle de vazamentos para fazer frente às correntes marítimas da região.
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Diante da resistência do órgão regulador, a francesa Total e a britânica BP decidiram sair dos projetos e vender seus ativos à Petrobras. Atualmente, a estatal possui 19 blocos na margem equatorial (na Bacia da Foz do Amazonas, são 6; Pará-Maranhão, 2; Barreirinhas, 6; e Potiguar, 4).
Sistemas de produção no pré-sal
A Petrobras considera que ainda é possível implantar nove novos sistemas de produção no pré-sal, segundo o diretor de Exploração e Produção da empresa. Desde que a região foi descoberta, há 15 anos, 22 projetos foram implementados. Há, atualmente, outros 13 em andamento, alguns deles em fase final de contratação.
“A indústria de petróleo e gás é muito competitiva. Há muito espaço para investir. Nos últimos três anos, o aporte da Petrobras, em termos de poços e tudo mais, chegou a R$ 550 bilhões (no pré-sal)”, afirmou o executivo, durante o evento virtual Shell Talks.
Borges informou que a empresa está perfurando “dois importantíssimos blocos” na Bacia de Santos, onde está a maior parte do pré-sal. “São duas áreas bem grandes que podem trazer um novo desafio de vários projetos”, disse o diretor, destacando, em seguida, que a Petrobras está construindo a infraestrutura necessária para retirar todo o gás disponível do pré-sal, em volumes que não comprometem a produção de petróleo.
Boa parte do volume disponível será despachada pela rota 3, que está sendo instalada entre a Bacia de Santos e o Gaslub (ex-Comperj), em Itaboraí (RJ), onde a Petrobras está construindo uma unidade de processamento de gás.
A Bacia de Sergipe-Alagoas também foi apontada por Borges como uma importante oportunidade de produção para a Petrobras. Uma licitação está aberta para contratar a plataforma que será instalada em águas profundas da bacia.
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