Há quase dois meses, o bitcoin está em queda, apresentando recorrentes baixas. No último índice positivo, em 14 de abril, a criptomoeda estava valendo R$ 366 mil. Poucas semanas depois, no fechamento de maio, sua cotação já estava batendo os R$ 158 mil, registrando o pior índice em uma década.
Segundo analistas do mercado, existem vários motivos para o bitcoin em queda, mas dois especificamente chamam a atenção.
O primeiro fator vem da influência de personalidades mundiais, principalmente de Elon Musk. No começo do ano, o CEO da Tesla anunciou que a empresa compraria US$ 1,5 bilhão em bitcoins e que passaria a aceitar a criptomoedas como forma de pagamento.
Isso causou um certo alvoroço entre os milhões de seguidores e fez com que a o ativo atingisse o seu valor máximo, chegando ao pico de US$ 63 mil.
No entanto, pouco tempo depois, o bilionário voltou atrás e suspendeu o uso do ativo em compras de carros elétricos. Além disso, ele também afirmou que a mineração tem grade custo para o meio ambiente, se referindo ao fato de que o processo aumenta o uso de combustíveis fósseis.
Essa afirmação de Musk, porém, talvez não tenha fundamentos, e diversos estudos de impacto ambiental mostram isso. Um levantamento do Galaxy Digital mostrou que a mineração consome menos da metade de energia que o sistema bancário atual.
Outro incentivo para a queda do bitcoin se sustenta na regulamentação que muitos países querem fazer sobre ele. Nesta semana, por exemplo, o diretor do Banco Central da Suíça, Stefan Ingves, afirmou que é improvável que o bitcoin escape de uma supervisão regulatória.
“Quando algo fica grande o suficiente, coisas como interesses do consumidor e lavagem de dinheiro entram em jogo. Portanto, há uma boa razão para acreditar que [a regulação] vai acontecer”, disse ele em entrevista à Bloomberg.
Mas isso pode ser temporário
Apesar desta tendência de queda, especialistas apontam que isso pode ser algo temporário e que a criptomoeda deve voltar ao patamar anterior a abril. O movimento de grandes empresas em aceitar moedas digitais para pagamentos, inclusive, é um esforço para essa recuperação.
“A aceitação hoje é muito maior, a exemplo do Paypal”, comenta Bernardo Schucman, fundador e CEO da FastBlack, uma consultoria de blockchain. Em março, a carteira de pagamentos anunciou que passaria a comportar diversas criptomoedas nas transações de sua plataforma, entre elas o bitcoin.
Também já existem mineradoras de criptomoedas com capital aberto em bolsas de valores, como a americana Coinbase, listada na Nasdaq, que na última semana anunciou parceria com Apple e Google para compras e saques em caixas eletrônicos.
Bitcoin em queda pode ser bom momento para compra
Mas o bitcoin em queda pode ser favorável para quem quer começar a investir. Neste caso, a desvalorização permite que mais pessoas optem por este modelo de investimento e possam ter um retorno no futuro.
Mas, como em qualquer outro produto, a compra precisa ser estudada e deve haver fundamentos para a decisão. Além disso, principalmente para quem está começando, a dica é incluir o ativo na carteira de investimentos, e não ser um purista, que são os que investem em um único ativo.
“Hoje, está barato, mas vale um aviso para que não se invista mais que 2% do portfólio em criptomoedas. Ele é um ativo que tem características de muita volatilidade”, destaca.” Ele está em caráter experimental na humanidade então a gente não pode apostar um recurso que não pode perder”, orienta.
Algumas corretoras – como Hashdex e BTG – já oferecem opções de carteiras com exposição a criptos. Embora a exposição seja definida pela instituição, os investidores têm a possibilidade de escolher qual a melhor opção, entre 20% e 100%.