
A decisão do Copom de subir a taxa básica de juros de 5,25% ao ano para 6,25% ao ano era esperada pelo mercado e animou a Bolsa brasileira nesta quinta-feira (23). Lá fora, após o comunicado do Fed, os ativos de risco iniciaram a quinta-feira registrando ganhos e estendendo o rali das últimas duas sessões, com o arrefecimento de preocupações sobre a Evergrande.
Às 12h36, o Ibovespa em alta de 1,49%, aos 113.910 pontos.
O petróleo realiza lucro após sequência de altas, mas Petrobras opera em território positivo: ON (PETR3) sobe 0,42% (R$ 26,57) e PN (PETR4) +0,50% (R$ 25,98). Sem a referência de Qindao, por feriado, Vale e siderúrgicas recuam nesta quinta-feira. Os papéis da mineradora (VALE3) perdem 0,30% (R$ 78,67), enquanto Gerdau (GGBR4) fica entre as maiores baixas do índice (-1,02%, R$ 25,30). Metalúrgica Gerdau (GOAU4) -0,68% (R$ 11,76) e CSN (CSNA3) -0,89% (R$ 29,07), mas Usiminas (USIM5) sobe 1,05% (R$ 15,40).
O aumento de 1 ponto porcentual na Selic tem reflexo direto sobre os financiamentos imobiliários, o que afeta as construtoras. Cyrela (CYRE3) lidera as perdas do Ibovespa, com recuo de 1,87% (R$ 19,93). Eztec (EZTC3) cai 1,02% (R$ 26,20); MRV (MRVE3) -1,65% (R$ 13,67).
Política:
O Banco Central decidiu na quarta-feira (22) elevar a taxa do Selic em um ponto percentual, saindo de 5,25% para em um total de 6,25%. Com esse aumento, é a quinta alta consecutiva, e a terceira de um ponto percentual. Mesmo com a taxa subindo, o mercado já espera esse aumento.
No exterior, após o anúncio, o Fed sinalizou que o início da redução do volume de compras de ativos, conhecido como “taper”, já pode começar no mês de novembro, o que deixou o a bolsa brasileira com menos brilho. Além disso, os Estados Unidos também teve o aumento do pedido-desemprego. O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou inesperadamente na semana, embora o mercado de trabalho continue a se recuperar.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 16 mil, para 351 mil em dado ajustado sazonalmente, na semana encerrada em 18 de setembro, informou o Departamento do Trabalho na quinta-feira.
Economistas consultados pela Reuters projetava 320 mil medidos na semana passada.
Outro fator que pode preocupar é o sentimento negativo do mercado após a China pedir para governos se prepararem para um potencial calote da gigante imobiliária Evergrande.
Veja mais:
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Dólar:
O dólar caía acentuadamente contra o real nesta quinta-feira, depois que o Banco Central deu sequência na véspera a seu intenso ciclo de elevação de juros e adotou comunicação mais assertiva, indicando que vai avançar a “território contracionista”.
O BC aumentou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual na quarta-feira, ao patamar de 6,25% ao ano.
Às 9:12, o dólar recuava 0,59%, a 5,2722 reais na venda. O contrato mais líquido de dólar futuro caía 0,44%, a 5,2755 reais.
Na véspera, o dólar à vista subiu 0,34%, a 5,3033 reais na venda.
Nesta sessão, o Banco Central fará leilão de swap tradicional para rolagem de até 15 mil contratos com vencimento em fevereiro e julho de 2022.
Com Reuters e BDM