
O mercado mundial opera no vermelho nesta segunda-feira (20), com quase todas as bolsas internacionais registrando fortes quedas. No início da tarde, o Ibovespa estava em 107 mil pontos, no menor patamar desde o dia 23 de novembro do ano passado.
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Os motivos das perdas no dia são vários. Além da percepção de risco por conta de incertezas fiscais, riscos políticos e das eleições 2022, entre eles está a pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central nesta segunda, que mostrou a estimativa para a alta do IPCA este ano disparou pela 24ª semana seguida e chegou a 8,35%, de 8,0% antes. Para 2022 o cálculo também aumentou, a 4,10%, de 4,03%.
Diante desse cenário, a estrategista de ações da XP Investimentos, Jennie Li, revisou o preço-alvo do Ibovespa para 135 mil pontos até o final do ano. Antes de setembro, o preço-alvo era 145 mil pontos.
“Ao mesmo tempo é importante pontuar que os fundamentos das empresas continuam bons. Apesar das preocupações econômicas estarem pesando na Bolsa, as empresas continuam entregando bons resultado”, disse a estrategista em entrevista à BM&C News.
Em um cenário pessimista, com os múltiplos sendo pressionados, Jennie analisa que o Ibovespa deve ir para 110 mil pontos até o final do ano. Já no cenário positivo, onde as preocupações vão se dissipando e os indicadores melhorando, a estrategista avaliou que o índice da Bolsa pode chegar a 150 mil pontos.
“Para essa semana, a gente está vendo um dia bastante negativo, no somente aqui no Brasil, eu acho que lá fora está contaminando um pouquinho. Domesticamente são as mesmas coisas que estão se arrastando: discussões sobre reforma, incerteza do que vai acontecer, ruídos políticos continuam acontecendo e incerteza quanto a desaceleração econômica global principalmente na China”, pontuou Jennie.
Queda do minério de ferro e impacto no Ibovespa
O minério de ferro fechou em baixa de 8,80%, a US$ 92,98 a tonelada em Qingdao, na China. Com isso, as ações da Vale e de outros siderúrgicas caem forte. Às 15:15, VALE3 opera -5,08% (R$ 81,77).
Celson Placido, CIO da Warren, destacou que, apesar da Vale ser um ativo interessante, da empresa vir se preocupando com o corte de gastos, com a parte ESG e gerar caixa mesmo com o minério mais baixo, questões chinesas podem preocupar a empresa.
“No atual momento, eu diria que a Vale pode continuar sofrendo e que acaba pesando no principal índice da bolsa brasileira. O Ibovespa que tem um percentual grande de Vale sofre e acaba afetando siderurgia como um todo”, analisou.
Confira as entrevistas na íntegra: