Para especialistas consultados, a entrada de um sócio estratégico impõe uma série de cuidados para preservar a boa governança e o direito dos minoritários
A privatização da Sabesp, ou desestatização como prefere o governo de São Paulo, vai ser realizada ainda este ano. A certeza alardeada por todos tem como sustentação dois fatos. Primeiro, o ambiente político que favorece a venda já com aprovação do Projeto de Lei 1.501/23 pelos deputados estaduais, que autoriza a realização da oferta pública de ações pelo governo estadual. O outro fator é o elevado interesse dos investidores em comprar uma fatia de uma empresa que lucrou R$ 3,523 bilhões (2023) e tem uma receita na casa dos R$ 25 bilhões. Fora a certeza de que será vendida, sobram dúvidas sobre o modelo de venda, se preserva o interesse do Estado, e sobre a governança da companhia no pós-venda que garanta equilíbrio de força entre Estado e acionista de referência, garantindo o direito dos minoritários e evitando judicializações, como na última grande privatização, da Eletrobras. A Capital Aberto foi ouvir especialistas em privatização e governança e pessoas próximas às negociações para entender quais os riscos, dentro da proposta já divulgada pelo governo de São Paulo, que detém 50,3% das ações da estatal, para a privatização. A Sabesp, considerada a melhor companhia de água e saneamento do país, tem 39%…