O Executivo brasileiro, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, solicitou uma revisão ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a decisão que propõe alterações no calendário de pagamento do abono salarial PIS/Pasep. A medida, que hoje estende o prazo para dois anos após a obtenção do direito ao abono, poderá mudar para apenas um ano após a conquista do direito.
Entenda as Argumentações do Governo

Segundo informações obtidas, a União expressou discordância marcante em relação à decisão do TCU, alegando que a antecipação do pagamento pode implicar em um desafio orçamentário significativo para 2025, com um impacto previsto em R$ 30 bilhões. Este cenário comprometeria recursos destinados a investimentos diversos e ao custeio da máquina pública.
O que muda com a Decisão do TCU?
Com a decisão do TCU, a expectativa era de que o abono começasse a ser pago no ano seguinte ao reconhecimento do direito ao benefício, diferentemente da prática atual que prevê um intervalo de dois anos. Esta mudança exigiria um ajuste considerável nas folhas de pagamento do próximo ano, aumentando a necessidade de gestão eficiente das disponibilidades orçamentárias.
Complexidade na Identificação dos Beneficiários
O governo aponta que a identificação dos beneficiários é uma tarefa complexa que envolve várias etapas cruciais para assegurar a correção dos pagamentos. O processo, coordenado pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), só concluiria a identificação dos direitos obtidos em 2023 entre outubro de 2024 e janeiro de 2025, tornando desafiadora a inclusão dessas despesas na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 já aprovada.
Impacto no Orçamento Federal e Programas Sociais
A proposta do TCU de reclassificar a reserva de contingência como despesa primária, segundo o governo, poderia também afetar negativamente o funcionamento de órgãos e projetos em andamento. Os ministérios envolvidos alertam que esse ajuste obrigaria uma reavaliação profunda das despesas discricionárias, podendo resultar em cortes em programas sociais vitais e manutenção do patrimônio público.
Discussões Orais e Calendário de Pagamentos em Vigor
No decorrer deste ano, os pagamentos referentes ao abono de 2022 estão programados para ocorrer entre fevereiro e agosto, beneficiando mais de 24 milhões de trabalhadores com um custo estimado de R$ 27 bilhões. Até o momento, parte significativa deste valor já foi disponibilizada para saque pelos trabalhadores elegíveis.
Conforme as discussões progridem, o governo e o TCU continuam a negociar uma solução que equilibre responsabilidade fiscal com a necessidade de garantir direitos aos trabalhadores. A intenção é resolver o impasse para que o novo formato do pagamento do abono salarial entre em vigor sem comprometer a sustentabilidade fiscal do país em um futuro próximo.