Produtores rurais contam processo de diversificação das fontes de financiamento e vantagens para emissão de papel securitizado
Giovani Saccardo Clemente e sua irmã Gerusa Clemente A agricultura, um dos principais motores da economia brasileira, sempre foi um setor bastante tradicional quando o assunto é acesso a fontes de financiamento. Com linhas de crédito subsidiadas, fornecidas pelos bancos públicos, e a atuação importante das cooperativas, o mercado de capitais era pouco considerado. Mas isto está mudando. Dados divulgados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre o crescimento de produtos como Fiagro e Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) mostram que o produtor rural vem se destacando como principal captador de recursos entre os diferentes participantes da cadeia agroindustrial, com 45% do total. A Capital Aberto ouviu produtores para entender qual o motivador da mudança e o caminho percorrido para a diversificação das fontes de financiamento, principalmente na direção dos instrumentos securitizados. No ano passado, o crescimento observado para os Fiagros foi de 103%, com o Patrimônio Líquido (PL) saltando para R$ 21,3 bilhões (dez/23). O mercado de CRA, por sua vez, cresceu 35,8%, para R$ 130 bilhões. Os números seguem em expansão, principalmente na emissão de CRA. Dados do primeiro trimestre de 2024, divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), mostram captações…