
A bolsa abre nesta segunda-feira (13) no intuito de recuperar o que perdeu na semana dos atos do dia sete de setembro. Mesmo assim, o mercado fica de olho tanto na aparente pacificação entre ele e o Supremo Tribunal Federal (STF), quanto nos temas como a PEC dos Precatórios e a reforma administrativa.
Às 12h24, o Ibovespa sobe 1,84%, aos 116.383 pontos.
Alguns destaques da bolsa nesta manhã. Às 10h32, o petróleo sobe no exterior, apoiando Petrobras, cujo papel ON (PETR3) tem alta de 2,03% (R$26,60), enquanto o PN (PETR4) sobe 1,97% (R$ 25,84). O minério de ferro fechou em baixa na China (-4,53%), afetando Vale (VALE3), que recua 0,15% (R$ 94,67), mas não as siderúrgicas: Gerdau (GGBR4) avança 2,86% (R$ 28,08); Metalúrgica Gerdau (#GOAU4) +2,88% (R$ 12,86); CSN (#CSNA3) +0,50% (R$ 33,92); Usiminas (USIM5) +2,81% (R$ 15,74).
Bancos também operam em território positivo, com destaque para Banco do Brasil (#BBAS3), em alta de 1,83% (R$ 29,53). Instituição financeira anunciou emissão de bonds no mercado externo com prazo de cinco anos e a recompra de títulos com vencimento em 2022, 2023 e 2024. Bradesco ON (BBDC3) +1,10% (R$ 18,30); Bradesco PN (BBDC4) +1,15% (R$ 21,18); Itaú (ITUB4) +1,39% (R$ 29,21).
Política
Com uma semana marcado por conflitos entre Bolsonaro e o STF, terminando em uma carta assinada pelo presidente, a semana começa em clima ameno no cenário político. Atos contra Bolsonaro não tiveram a adesão desejado no fim de semana, o que fez com que o possível impeachment de Bolsonaro, seja descartado, o que desloca o foco do mercado no cenário político para a agenda de reformas.
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Dólar:
O dólar caía acentuadamente contra o real nesta segunda-feira, com os investidores avaliando as perspectivas de manutenção de retórica mais branda do presidente Jair Bolsonaro, enquanto a inflação e a política monetária — tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos — continuavam no radar.
Na semana passada, Bolsonaro acendeu o alerta dos mercados em relação às tensões políticas domésticas ao fazer discurso fervoroso contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso durante manifestações do feriado de 7 de Setembro.
Depois, no entanto, Bolsonaro deu a impressão de ter recuado, esfriando o clima com a divulgação de nota na quinta-feira — redigida com ajuda do ex-presidente Michel Temer — em que afirmou nunca ter apresentado intenção de agredir quaisquer dos Poderes.
No fim de semana, o presidente voltou a empregar palavras mais ponderadas ao falar em feira agropecuária no Rio Grande do Sul, afirmando que os Poderes precisam ser respeitados e que o trabalho conjunto de Executivo, Legislativo e Judiciário deve beneficiar todos os brasileiros.
Às 12h01, no cenário mais distensionado, o dólar cai 0,74%, mantendo-se acima de R$ 5,20 (a R$ 5,2281) na contramão do exterior, enquanto os juros futuros recuam em toda a curva.
Entretanto, Victor Beyruti, da Guide Investimentos, escreveu que alguns investidores continuavam um tanto céticos quando à “bandeira branca”.
Num momento em que se discute a probabilidade de impeachment de Bolsonaro — evento que poderia abalar ainda mais a frágil conjuntura política doméstica, segundo especialistas do mercado — Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora, disse também que a baixa adesão em atos contra o presidente realizados no domingo podem dar força ao real.
Manifestantes realizaram atos contra o governo na véspera, defendendo a democracia e o impeachment do chefe do Executivo, mas também reclamando da alta dos preços de alimentos e dos combustíveis no país.
A inflação, a propósito, segue no radar dos investidores. A pesquisa semanal Focus, do Banco Central, mostrou nesta segunda-feira que o mercado passou a projetar alta de 8,0% do IPCA em 2021, o que, por sua vez, elevou as apostas para o patamar da taxa Selic. Agora, a expectativa é de que os juros básicos encerrem este ano em 8%.
Custos mais altos dos empréstimos no Brasil tendem a elevar a atratividade do mercado de renda fixa local, o que, por sua vez, pode aumentar o ingresso de dólares no país e ajudar na valorização do real.
Por outro lado, a inflação também tem dado sinais de avanço em outras grandes economias, como os Estados Unidos, e os investidores devem ficar atentos a dados desta semana que podem sinalizar os próximos passos de política monetária do Federal Reserve.
Na sexta-feira, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,77%, a 5,2679 reais na venda.
Com Reuters