Nesta Superquarta, o Banco Central Americano (Fed), divulgou que mantém taxa básica de juros no intervalo de 5,25% a 5,50% aa. A reunião foi uma decisão unânime, dando ênfase no ponto que “a atividade econômica tem se expandido a passos sólidos e ainda restam temores quanto à inflação que possa vir a ser produzida por alguns setores, especialmente o da prestação de serviços”.
Além disso, o Fed tem assinalado que espera poder efetuar três cortes ainda em 2024, o que seguramente dependerá da sua visão e monitoramento quanto à inflação. Ricardo Julio Rodil, líder de Capital Markets, fez uma análise exclusiva para o portal da BM&C News sobre as decisões do BC e americano, as expectativas para o futuro, e a visão para o Brasil.
Rodil começa falando sobre a situação geopolítica no mundo, mencionando as eleições na Rússia, dizendo que ainda existem dúvidas sobre as ações que Putin poderia tomar após ter sido confirmado no poder. Após essa fala, ele diz sua visão sobre o tema. “Analisando a situação dos EUA e do mundo neste momento, acredito que há espaço para os três cortes anunciados para este ano. Arriscaria o palpite de que tais cortes deverão começar mais perto da metade do ano”.
Ainda sobre os cortes futuros, o líder da Capital Markets fala que está tudo de acordo com as estimativas do mercado, que já estava prevendo que os cortes começariam entre o primeiro e segundo semestre de 2024.
Após comentar das expectativas futuras do Fed e da situação geopolítica, Ricardo fala sobre o que isso influencia na vida dos investidores. “A queda das taxas de juros nesses polos desenvolvidos leva os investidores a procurar aplicações mais rentáveis, mesmo que associadas a fatores de risco maiores. Isso é particularmente bom para os países em desenvolvimento que, de um modo geral, por não terem suficiente formação interna de capital (poupança interna), dependem em maior ou menor medida de investimentos estrangeiros”.
Ele continua dizendo como está sendo para o país esses movimentos. “Em particular, o Brasil tem se beneficiado destes movimentos, atraindo capitais, tanto em Bolsa quando investimentos diretos (através de constituição ou compra de empresas no País, por exemplo)”.
Por fim, Rodil completa seu pensamento falando sobre como os investidores estrangeiros estão interpretando tanto a queda do Brasil nas pesquisas de percepção de corrupção e quanto aos eventuais impactos da parte da reforma tributária, algo que pode impactar o dinheiro estrangeiro no país.