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As Vulnerabilidades dos Estados Unidos

O dinamarquês, Hans Christian Andersen, escreveu o conto sobre um rei muito vaidoso, que não podia ser contrariado

Por Marcus Vinícius de Freitas
1 de março de 2024
Em Opinião
As Vulnerabilidades dos Estados Unidos

Foto: FreePik

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O dinamarquês, Hans Christian Andersen, escreveu o conto sobre um rei muito vaidoso, que não podia ser contrariado. Certa feita, apareceu no reino um charlatão que se dizia alfaiate e ofereceu ao rei confeccionar a roupa mais linda do universo, que nenhum monarca jamais tivera. Solicitou fios de ouro, tecidos finos, pedras preciosas e coisas de valor altíssimo, trabalhando num ateliê que o rei arranjou para trabalhar. Após algumas semanas, o rei visitou o local e viu o alfaiate atuando exaustivamente, mas com a mesa vazia.

O rei, para não dar a impressão que não estava vendo nada, elogiou o trabalho do charlatão. Os súditos, bajuladores, também reafirmaram o mesmo. Passado um tempo, o alfaiate encerrou o seu trabalho e vestiu a roupa no rei, que decidiu organizar um desfile para mostrá-la ao povo.  Só que o rei estava nu. Os bajuladores de sempre não se manifestaram a respeito. Foi quando, então, uma criança gritou: “o rei está nu!” E a criança estava certa. 

As Vulnerabilidades dos Estados Unidos
Foto: FreePik

A recente entrevista do jornalista norte-americano, Tucker Carlson, com o presidente russo, Vladimir Putin, trouxe à luz algumas evidências quanto ao momento global de transição do Atlântico para o Pacífico que o Ocidente está assistindo, a olho nu, sem atentar-se para as enormes modificações que tal movimentação representará. 

Quando observamos os Estados Unidos, por exemplo, uma remodelação iminente do sistema internacional minará substancialmente a hegemonia daquele país, do dólar, e até mesmo do seu poderio militar. 

Não há dúvida de que o declínio da indústria manufatureira norte-americana alterou o equilíbrio de poder entre os diferentes grupos econômicos domésticos. Os trabalhadores deste segmento sofrem a estagnação salarial e a baixa remuneração quando comparada aos ganhos obtidos em Silicon Valley e Wall Street. Esta situação trágica da indústria manufatureira alimenta o populismo e a preocupação quanto ao futuro do país e daqueles que trabalham no setor. Além disso, o capital buscou na construção de cadeias globais de abastecimento a receita para ganhos substanciais sem a correspondente melhoria na distribuição global de renda. E o Partido Democrata, a princípio um partido de esquerda, semelhantemente a seus ideólogos globais, tem cada vez menos preocupação com o trabalhador. Esta dependência externa, no entanto, é difícil de ser superada rapidamente. Afinal, a agenda política do país pouco privilegiou investimentos maciços na renovação da infraestrutura que o país necessita, impactando a resiliência econômica do país. 

O recurso ao militarismo como forma primária de solução dos problemas de política externa é uma preocupação, como bem destacou Putin na entrevista. O complexo industrial militar norte-americano tem distorcido a sua política externa e os gastos públicos. Exemplo clássico desta situação foi a permanência desnecessária, após a morte de Osama Bin Laden, no Afeganistão, resultante do lobby influente da indústria da defesa, que, ocasionalmente, fomenta conflitos e força o país a entrar em guerras dispendiosas e desnecessárias. Além disso, gera situações de hipocrisia reconhecidas globalmente como o fornecimento de armas ao mesmo tempo que propugna um discurso de paz. Ucrânia e Gaza sofrem as consequências da dupla moralidade empregada no discurso político dos Estados Unidos. O uso excessivo do poderio militar tem causado mais danos que benefícios nas regiões afetadas pelas intervenções norte-americanas. A utilização excessiva do dólar como instrumento de pressão vem reduzindo, paulatinamente, o poder e influência global dos Estados Unidos. Afinal, quem poderia afirmar que, a despeito das inúmeras sanções impostas pelo Ocidente à Rússia, esta cresceria como o fez durante os dois últimos anos?

Por fim, a instabilidade política doméstica é uma preocupação. Em que pese a efetividade institucional dos Estados Unidos, o fato é – e não há como negar – que o certame eleitoral deste ano terá um presidente senil disputando a reeleição contra um outro – mau perdedor – com possibilidades crescentes de vitória, e que invalidou a construção institucional da democracia norte-americana ao longo de quase três séculos.  

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A saga jurídica da candidatura de Trump, a caça às bruxas, que serão vingadas por Trump– caso este seja reeleito – refletem a profunda desconfiança e polarização existente naquela sociedade. Esta polarização mina a legitimidade e eficácia do próprio governo, da burocracia estatal e de possíveis cooperações partidárias. Infelizmente, ao longo das últimas décadas, o consenso político norte-americano parece somente ocorrer quando se trata de realizar ações militares em terceiros países. 

A entrevista de Putin deveria servir como um alerta às autoridades norte-americanas quanto às suas vulnerabilidades. Afinal, em duas horas, Putin retirou as vestes da potência hegemônica e comprovou o rumo a passos largos do declínio e da perda da hegemonia. No entanto, muitos têm afirmado que, ao dar palco para Putin, Carlson não foi nada além de um idiota útil. É um grave errado pensar assim. Afinal, a realidade do sol não pode ser negada por mais que se utilizem óculos escuros. Putin somente descreveu aquilo que assistimos no caso norte-americano e europeu. 

Sim, o rei está nu!

*Marcus Vinícius De Freitas é professor visitante da China Foreign Affairs University e senior fellow da Policy Center for the New South


As opiniões transmitidas pelos nossos colunistas são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, a opinião da BM&C News.

Tags: destaquesnelogica
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