Domingos Brazão, ex-deputado e conselheiro atual do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) teria sido apontado por Ronnie Lessa, ex-PM preso desde 2019, como um dos mandantes do homicídio da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. As informações foram divulgadas pelo site The Intercept Brasil. Lessa, em um acordo de delação premiada feito com a Polícia Federal (PF), revelou detalhes do caso.
Brazão domina uma influente base política na zona oeste do Rio de Janeiro, conhecida também como berço das milícias cariocas. No decorrer de cinco mandatos consecutivos como deputado estadual, surgiram múltiplas polêmicas e suspeitas de corrupção, levando à sua suspensão e posterior nomeação como conselheiro do TCE-RJ.
Quando começaram a suspeitar de Brazão no caso Marielle Franco?

O nome de Brazão veio à tona pela primeira vez em 2019, quando se desconfiou que as acusações contra o então vereador Marcello Siciliano e o miliciano Orlando Curicica tinham o objetivo de embaraçar as investigações – as denúncias partiam de Rodrigo Jorge Ferreira, policial militar, que logo foi conectado a Brazão.
Delação premiada e novos detalhes do caso Marielle Franco
Em 2023, a Justiça do Rio rejeitou a denúncia de obstrução da justiça contra Domingos Brazão. No entanto, o caso ressurgiu em outubro do ano seguinte com uma delação premiada do ex-PM Élcio Queiroz, que conduziu o carro usado por Lessa na noite do crime. A principal hipótese dos investigadores é de que Brazão teria mandado matar Marielle como uma forma de vingança contra Marcelo Freixo, seu rival político.
Mônica Benício, viúva de Marielle Franco, expressou preocupação sobre o vazamento de informações que poderiam prejudicar as investigações. Em nota, ela ressaltou a importância de se evitar jogos políticos e interesses pessoais no tratamento de informações sobre o caso.