Após fechar em queda na última segunda-feira (22), quando os investidores reagiram às discussões em Brasília sobre o novo programa industrial, o dia de hoje (23) foi marcado pela retomada do apetite ao risco. Lá fora, o rali de ações de tecnologia levou o mercado de ações dos EUA às máximas, em meio à temporada de resultados.
Segundo a análise de Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, boa parte da alta do Ibovespa hoje pode se explicada, principalmente, por conta de uma correção técnica das últimas quedas que tivemos nesse mês de janeiro, um início do ano marcado por forte fluxo vendedor com os investidores realizando lucros após as fortes altas de novembro e dezembro.
Além disso, a China pretende soltar um pacote de até US$ 280 bi para ajudar o mercado financeiro no país, que cai faz 3 anos seguidos. Isso está refletindo positivamente, principalmente, nas commodities metálicas, e ajudando as ações do setor aqui na nossa bolsa, entre elas a Vale, que tem um peso relevante no nosso índice.
Entre as ações que compõem o Ibovespa, destacam-se na alta as ações da IRB (IRBR3), que divulgou lucro líquido de +R$ 24 milhões em novembro/2023 ante prejuízo de -R$ 48,5 milhões no mesmo mês em 2022. Além disso, a empresa acumula um lucro líquido de +R$ 110,1 milhões em 2023 ante prejuízo de -R$ 633,7 milhões em 2022.
Com isso, as ações reagem positivamente a essa sequência de lucros da empresa, que sofreu bastante ao longo dos últimos anos. Sobem também as ações de BR Foods (BRFS3) com um custo menor do milho, que vem caindo ao longo do mês de janeiro mais de 11%, e isso acaba “barateando” o custo da BR Foods.
As ações da Minerva (BEEF3) também reagem positivamente hoje em uma correção técnica do papel que vem caindo desde o ano passado e não participou do “rally de natal” na bolsa nos dois útimos meses.
Entre as quedas, destacam-se as ações de petróleo como PetroReconcavo (RECV3) e 3R (RRRP3), que recentemente anunciaram uma combinação de negócios para explorar poços das duas empresas que ficam próximas uma da outra, em um movimento para tentar ganhar escala na produção. Hoje operam em queda tanto por uma correção técnica, quanto por conta da queda do petróleo.
As ações do GPA (PCAR3) também operam em queda, com a expectativa do mercado de que uma oferta pública deve ser anunciada em breve, com emissão de novas ações para um aumento de capital dentro do grupo.
O dólar hoje opera em queda, na minha visão, corrigindo o movimento de alta dos últimos dias, por conta da percepção de maior risco fiscal aqui no Brasil após a divulgação do novo plano industrial por parte do governo.
Lá fora o dólar se mantém forte, subindo frente as principais moedas emergentes. O índice dólar (DXY) também sobe, ajudado principalmente pela queda do euro e da libra frente ao dólar americano, mas aqui no cenário local, após se descolar do exterior nos últimos dias, o dólar futuro sofre queda, que enxergo ser uma correção técnica após as fortes altas.
Os juros futuros (DIs) operam próximo da estabilidade, sem grandes movimentações por parte dos grandes players.
Confira abaixo os dados de fechamento do Ibovespa e demais índices
- Ibovespa: 128.262,52 (+1,31%)
- S&P 500: 4.864,61 (+0,29%)
- Nasdaq: 15.425,94 (+0,43%)
- Dow Jones: 37.906,04 (-0,25%)
- Dólar: R$ 4,95 (-0,64%)
- Euro: R$ 5,37 (-1,02%)