O programa BM&C Visões desta semana, apresentado por Isabela Tacaki, recebeu Lucas Di Grassi, piloto da Fórmula E, para debater sobre as emissões e o futuro automobilístico. Em tempos de transformações no setor, a Fórmula E surge como uma revolução ao prever um mundo mais sustentável e com menor impacto ambiental. Lucas compartilhou sua caminhada profissional desde os tempos de kart até à Fórmula 1, culminando em um papel significativo na criação da Fórmula E.
Nesse cenário, os carros elétricos são protagonistas. Di Grassi destacou que o custo desses veículos, principalmente das baterias, era um obstáculo significativo para sua adoção massiva. “Com a progressiva redução do preço das baterias, os carros elétricos têm se tornado cada vez mais acessíveis“, destacou. Ele também explicou que a escolha por esses modelos está relacionada ao custo-benefício, principalmente em termos de economia de combustível ao longo do tempo e manutenção mais barata.
Fórmula E: o que o futuro reserva para as baterias de carros elétricos?
Durante a discussão, uma questão crítica apontada por Lucas é a sustentabilidade das baterias de lítio, especialmente no que concerne ao descarte e reciclagem. “Diferente das antigas baterias de chumbo ácido, as baterias de lítio são mais fáceis de reciclar. Elas contêm materiais de alto valor que podem ser reaproveitados, promovendo uma economia circular“, afirmou. Di Grassi mencionou que, embora a produção inicial exija mais energia comparada a carros a combustão, a eficiência na reciclagem promete contrabalançar este consumo.
No domínio das competições automobilísticas, a Fórmula E trouxe novas perspectivas. “A ausência de som característico dos motores a combustão causa estranheza para alguns fãs, mas esta silenciosidade permite corridas em locais inusitados, como o centro de Paris“, destacou. Mais que isso, os motores elétricos possuem um torque superior e uma aceleração notável, demonstrando que a performance não é comprometida.
Além disso, os avanços em recarga desenvolvidos na Fórmula E promovem inovação. A tecnologia de pit stops para carga rápida, que adiciona porcentagens significativas de energia em um curto período, ilustra como o automobilismo elétrico pode beneficiar diretamente o desenvolvimento dos carros de rua.
Os carros autônomos são o futuro do automobilismo?
Lucas Di Grassi compartilhou sua experiência com a Robo Race, empresa de carros autônomos de corrida. Ele revelou que a performance dos veículos autônomos, após avanços, agora supera a dos conduzidos por humanos. “Os sistemas AI utilizados nessas corridas eliminam a latência humana, proporcionando maior precisão e controle“, analisou. No entanto, ele ressaltou que o interesse pelo desempenho humano no automobilismo ainda persiste, sugerindo uma coexistência entre as tecnologias e a habilidade humana.
Por fim, o diálogo sobre as emissões evidenciou a importância de repensar o futuro da mobilidade com tecnologia e sustentabilidade como pilares centrais. Com a transição gradual para veículos elétricos e a contínua melhoria das baterias, o cenário projetado vislumbra um ambiente menos poluente e uma sociedade mais consciente sobre suas escolhas de mobilidade.