No BM&C News desta quinta-feira (9), o economista Leonardo Costa, do ASA, destacou a crescente preocupação do mercado com a dívida pública do país. Segundo ele, apesar de uma leve redução na inflação, o cenário fiscal permanece estressado, refletindo expectativas de medidas populistas e desafios na arrecadação.
“O mercado está preocupado com a dívida porque a dinâmica dela continua negativa”, afirmou Costa. Ele menciona que espera um aumento de cerca de 3% na dívida pública para este ano, após uma elevação significativa no ano anterior. Essa trajetória suscita incertezas e, consequentemente, pressiona a curva de juros.
Como a dívida pública impacta o mercado?
A preocupação com a dívida pública é ainda maior quando se considera que o governo tem enfatizado o superávit fiscal. No entanto, Costa observa que “diversas exceções tornam difícil avaliar a real saúde fiscal do país”. Isso gera um clima de desconfiança entre os investidores, que permanecem em alerta frente a uma potencial deterioração da situação fiscal.
Além disso, o economista aponta que, enquanto a questão fiscal não tiver soluções claras, os prêmios na curva de juros continuarão elevados. Essa situação é um reflexo direto da falta de clareza nas políticas fiscais e na capacidade do governo de garantir a sustentabilidade da dívida a longo prazo.
Qual o papel dos juros na economia?
Os juros elevados são um fator determinante nas decisões de investimento. Leonardo Costa afirma que “enquanto os prêmios na curva de juros se mantiverem altos, os investidores continuarão cautelosos”. Essa tendência pode desencadear um ciclo de baixa confiança e investimentos limitados no mercado financeiro.
Para os investidores, isso significa que a estratégia de investimento deve ser ajustada para levar em conta a volatilidade e a incerteza que permeiam o cenário econômico atual. Com a pressão sobre os juros, os ativos de renda fixa, por exemplo, podem se tornar menos atrativos, enquanto ações e investimentos alternativos podem ganhar espaço.
Qual é o futuro da economia?
O futuro da economia brasileira depende, em grande parte, da capacidade do governo de implementar reformas estruturais que aliviem a pressão sobre a dívida pública. Leonardo Costa enfatiza que medidas eficazes são urgentes para restaurar a confiança dos investidores e estabilizar a economia.
“Enquanto o cenário fiscal permanecer indefinido, a pressão sobre a curva de juros e os prêmios de risco continuarão a ser uma preocupação central”, conclui o economista. O mercado financeiro, portanto, deve se preparar para um ambiente desafiador, com a expectativa de que a volatilidade persista até que soluções sustentáveis sejam apresentadas.