O mercado de criptomoedas encerrou esta sexta-feira (10) em forte queda, acompanhando o movimento de aversão ao risco que dominou os mercados globais. A pressão veio principalmente das declarações do ex-presidente Donald Trump, que anunciou novas tarifas sobre produtos chineses, reacendendo temores de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Além disso, o prolongamento do shutdown do governo dos Estados Unidos contribuiu para o pessimismo dos investidores, ao afetar o funcionamento de órgãos reguladores como a SEC. Essa incerteza gerou um cenário de cautela, levando a liquidações em massa nos mercados futuros e pressionando os preços dos principais criptoativos.
Bitcoin cai abaixo de US$ 110 mil e Ethereum recua mais de 10%
O Bitcoin (BTC) registrou uma das piores sessões das últimas semanas, despencando mais de 8% e encerrando o dia próximo de US$ 113.500. O ativo chegou a tocar a mínima intradiária de US$ 105.000, refletindo o nervosismo generalizado dos investidores. Já o Ethereum (ETH) seguiu o mesmo movimento, recuando cerca de 10% e sendo negociado por volta de US$ 3.900.
Por outro lado, altcoins como XRP e Solana (SOL) sofreram perdas ainda mais expressivas, em alguns casos ultrapassando 20%. O movimento de correção também foi ampliado pelas liquidações automáticas de posições alavancadas em corretoras internacionais, fenômeno que costuma intensificar quedas em momentos de volatilidade extrema.
O que explica o tombo das criptomoedas nesta sexta-feira?
Entre os principais fatores que explicam a derrocada do mercado nesta sexta, analistas destacam um conjunto de eventos macroeconômicos e regulatórios. Veja os principais:
- Guerra comercial: o anúncio de tarifas adicionais dos EUA sobre produtos chineses reacendeu o temor de uma escalada nas tensões comerciais globais.
- Incerteza regulatória: o shutdown norte-americano interrompe decisões da SEC sobre ETFs de cripto, como o aguardado fundo de Solana.
- Liquidações em massa: milhares de posições longas foram encerradas automaticamente, ampliando as perdas em cadeia.
- Busca por segurança: investidores migraram para ativos considerados menos arriscados, como o dólar e os títulos do Tesouro dos EUA.
Impacto no Brasil e perspectivas para a próxima semana
Enquanto isso, o cenário local também foi marcado por turbulência. A Polícia Federal deflagrou a Operação Lusocoin, que desarticulou uma rede de lavagem de dinheiro envolvendo criptomoedas com movimentação superior a R$ 3 bilhões. O episódio reforça a crescente atenção das autoridades à regulação e ao combate a fraudes no setor.
Nesse sentido, analistas veem o suporte técnico do Bitcoin entre US$ 110.000 e US$ 114.000 como uma zona crítica. Caso o ativo perca esse patamar, novas liquidações podem ocorrer. Por outro lado, uma recuperação acima de US$ 121.600 poderia iniciar um movimento de alívio e atrair novamente os compradores de curto prazo.
Por fim, a próxima semana deve manter os olhos voltados para Washington. A retomada das atividades regulatórias da SEC e eventuais declarações sobre a política comercial dos EUA serão determinantes para o humor dos investidores e para o desempenho do mercado cripto global.