O Smart Money, apresentado por João Kepler na BM&C News, recebeu Antonio Neves, fundador do Método Tigre Branco, um ecossistema de educação voltado ao mercado de fomento comercial. A proposta central é atacar uma dor antiga do setor, a informalidade em operações de factoring, securitização e crédito para empresas. Além disso, o programa contou com a participação de Gabriel Lopes e Carlos Henrique (Equity Group) como mentores convidados.
Segundo Neves, o mercado é “bilionário e silencioso”, com muitos empreendedores que começam a operar sem arcabouço técnico e regulatório. Nesse sentido, o Método Tigre Branco oferece orientação completa, da formalização à gestão de risco, para que empresários montem sua própria securitizadora, factoring, ou até um “white label” bancário. Por outro lado, a ambição do projeto é ampliar o alcance, profissionalizar a ponta e reduzir inadimplência por meio de processos padronizados.
O que é o Método Tigre Branco?
Trata-se de um ecossistema educacional com pilares integrados: universidade online, mentorias de 60 dias, imersões presenciais e suporte contábil e tecnológico. Enquanto isso, o método já reúne 286 empresários pelo país e, apenas em 2025, apoiou a abertura de mais de 70 securitizadoras. Em um evento recente em Alphaville, 185 empresários participaram de uma imersão prática que simula toda a jornada operacional, do pré-crédito ao controle de lastro.
Além da trilha de conhecimento, o projeto verticaliza serviços, contabilidade parceira, indicação de sistemas, motor de crédito e práticas de compliance documental. Nesse sentido, a proposta não é apenas “regularizar” quem já atua; é criar uma trilha para que novos entrantes operem com técnica, governança e escala, inclusive conectando capital próprio e de terceiros.
Como o método treina a avaliação de risco?
Neves distingue a leitura “matemática” (bureaus e relatórios que checam CNPJ, restritivos, comportamento bancário) da visão “julgamental” (visita in loco, análise de estoques, estrutura, gestão e coerência operacional). Por outro lado, a tese é que o cruzamento das duas visões reduz fraude e melhora a qualidade de carteira. A prática inclui checagem documental, aceite de sacados, histórico de liquidações e controles de lastro, elementos essenciais para precificação e mitigação de risco.
Quais são os pilares práticos do Método Tigre Branco?
O percurso pedagógico é apresentado como uma jornada de 60 dias, replicada em mentorias e imersões. Abaixo, um resumo dos eixos que se destacam na entrevista:
- Domínio de produtos do fomento comercial (desconto de recebíveis, garantias reais, antecipação de cartão, compra de precatórios/RPVs, entre outros).
- Avaliação documental e cadastral padronizada, com trilhas de checagem e validação.
- Análise de crédito “matemática” (bureaus) combinada à visão julgamental (visita e coerência operacional).
- Controle de lastro e gestão ativa da carteira, com métricas de concentração e performance.
- Arquitetura operacional: contabilidade parceira, sistemas e motor de crédito.
- Captação de recursos (capital próprio e de terceiros), inclusive via estruturas como FIDCs e plataformas amparadas pela Resolução 88 da CVM, quando houver carteira performada.
Por que securitizadora como “porta de entrada”?
Para o fundador, a securitizadora combina praticidade operacional e eficiência tributária frente a estruturas como factoring (mais onerosa) e FIDC (mais regulado e custoso). Além disso, empresas de varejo, franquias e concessionárias podem “conectar” um veículo de crédito ao seu core, capturando o spread financeiro que normalmente ficaria com bancos e adquirentes. Exemplos citados incluem a antecipação de recebíveis do próprio ecossistema e a montagem de “motor 2” (uma segunda alavanca de resultado) para sustentar o “motor 1” do negócio.
De acordo com Neves, mais da metade da comunidade vem do empreendedorismo (com forte presença do agro), muitos ainda informais, e outro contingente já capitalizado e com negócios de médio e grande porte. Nesse sentido, a jornada busca transformar operadores analógicos em gestores de crédito com método, governança e visão de risco compatível com escala.
Como escalar o Método Tigre Branco?
Na conversa, os mentores sugerem três frentes para ganhar escala: publicar de imediato o livro já escrito por Neves, estruturar canais de aquisição (digitais e parcerias com influenciadores do mercado financeiro) e criar um programa de multiplicadores regionais. Além disso, a recomendação é explorar “prova social”, o método diz ter mais de 100 depoimentos públicos, trazendo ex-alunos ao palco para apresentar o “antes e depois” e acelerar a credibilidade na ponta.
A principal limitação, segundo Neves, é formar mão de obra qualificada para replicar, com qualidade, a operação ensinada. Por outro lado, a padronização via oito pilares, a presença de sistemas e a mentoria prática nas operações do próprio método ajudam a reduzir assimetria de informação e a inadimplência. Enquanto isso, o ecossistema segue se expandindo: hoje, há presença em 20 estados e uma turma em formação com 27 empresários.
Qual é a tese central do programa?
João Kepler e os mentores convergem que democratizar a técnica e o acesso ao capital beneficia os dois lados: quem precisa de crédito e quem busca operar com segurança e retorno. Além disso, estruturar um “motor 2” financeiro dentro de empresas de varejo, indústria e serviços pode aumentar resiliência, capturar spreads e reduzir dependência bancária. Por fim, a orientação é clara: autoridade (o livro), canais (parcerias e marketing de performance) e comunidade (provas sociais e replicadores) são o trilho para escalar a proposta.
O programa encerra com um convite: empreendedores com dor real de capital, ou interessados em montar sua estrutura de crédito, podem se inscrever para participar do Smart Money com uma mentoria gravada. Nesse sentido, a pauta com o Método Tigre Branco mostrou um caminho prático para formalizar operações, fortalecer governança e transformar um mercado ainda silencioso em um ambiente mais transparente, técnico e escalável.