No atual cenário político brasileiro, o Congresso Nacional já demonstra sinais claros de atuação voltada para as eleições de 2026. Segundo o especialista Juan Carlos Arruda, do Ranking dos Políticos, “embora a economia siga praticamente no ‘piloto automático’, os parlamentares começam a priorizar a interação com suas bases eleitorais“. Essa mudança de foco pode impactar diretamente a formulação de políticas públicas e a condução da economia nos próximos anos.
Juan destaca que, mesmo com a predominância de pautas eleitorais, há uma maior independência do Parlamento em relação ao Palácio do Planalto. Isso se deve, em grande parte, às emendas parlamentares que ampliaram o poder legislativo. No entanto, ele observa que “votações unânimes continuam sendo raridades“, o que indica que, apesar das mudanças, a governabilidade ainda enfrenta desafios significativos.
Congresso e a responsabilidade fiscal
Com a crescente autonomia do Congresso, a responsabilidade fiscal não foi completamente perdida, embora o ritmo das votações deva diminuir até outubro de 2026. Nesse período, o foco nas campanhas eleitorais e no contato com a população tende a ser cada vez mais intenso. Essa situação pode levar a um cenário de incertezas em termos de políticas fiscais e econômicas, pois os parlamentares poderão priorizar interesses eleitorais em detrimento de decisões que favoreçam a estabilidade econômica.
O especialista avalia que, enquanto a economia brasileira permanece estagnada, é crucial que o Congresso encontre um equilíbrio entre atender às demandas eleitorais e manter a saúde fiscal do país. “O desafio será garantir que as decisões tomadas no período eleitoral não comprometam a sustentabilidade das contas públicas“, afirma Juan. Isso significa que os investidores devem estar atentos às movimentações políticas que poderão afetar a confiança no mercado.
Quais são as expectativas para os juros e a economia?
Em relação às taxas de juros, a expectativa é de que o Banco Central mantenha uma política monetária cautelosa, em resposta à conjuntura política e às pressões inflacionárias. A trajetória das taxas de juros será um fator determinante para a perspectiva econômica do Brasil nos próximos anos. Se o Congresso continuar com a tendência de priorizar pautas eleitorais, isso pode resultar em um ambiente de incerteza que afete o investimento privado.
Além disso, a visão macroeconômica deve ser acompanhada de perto pelos investidores. A relação entre o Executivo e o Legislativo será crucial para moldar o clima de negócios e a confiança do mercado. “É fundamental que haja um diálogo constante entre as instituições para evitar que a política se torne um entrave para o crescimento econômico“, conclui Juan.
Congresso e cenário eleitoral no radar: como os investidores devem se preparar?
Diante desse cenário, os investidores devem adotar uma estratégia prudente. Aqui estão algumas recomendações:
- Acompanhar de perto as movimentações do Congresso e suas implicações nas políticas fiscais;
- Considerar a diversificação de investimentos para mitigar riscos;
- Manter-se informado sobre as decisões do Banco Central e suas possíveis repercussões no mercado financeiro.
O cenário político e econômico é dinâmico e requer atenção constante. Com as eleições de 2026 se aproximando, as decisões tomadas nos próximos meses serão cruciais para o futuro do Brasil.