Com o crédito tradicional mais restrito e juros elevados, o agronegócio brasileiro tem encontrado nos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) uma alternativa eficiente para financiar a produção e manter o ritmo de expansão. O setor, responsável por quase 30% do PIB nacional, enfrenta desafios como volatilidade climática e aumento no custo dos insumos, o que torna o acesso a capital uma questão estratégica. Nesse cenário, os FIDCs vêm ganhando protagonismo: no primeiro semestre de 2025, o patrimônio líquido da categoria alcançou R$ 687 bilhões, um crescimento de 18% em relação ao mesmo período de 2024.
Esses fundos se destacam por oferecer previsibilidade, agilidade e segurança em um contexto de maior seletividade bancária, funcionando como complemento ao Plano Safra. O avanço reforça uma tendência de diversificação do crédito rural e de consolidação do financiamento privado como uma das principais fontes de capital do campo.
Crédito estruturado ganha espaço no agronegócio
Um dos fatores que impulsionam o crescimento dos FIDCs no agro é o atendimento personalizado e a capacidade de customizar operações. Diferentemente do crédito tradicional, os fundos estruturados permitem adaptar as condições de financiamento aos ciclos produtivos e ao fluxo de caixa de cada cadeia agrícola. Nesse movimento, a Multiplike já possui R$ 4,1 bilhões alocados em operações voltadas ao agronegócio, com possibilidade de ampliação conforme novas demandas surjam.
“A alocação de capital no Agro pode ser ampliada de acordo com o apetite do mercado. Temos porte, liquidez e governança para aumentar o volume destinado ao setor sempre que houver necessidade. Acompanhamos o ritmo de crescimento com rigor na análise e critério na concessão”, afirma Volnei Eyng, CEO da Multiplike.
Modelo multicedente amplia eficiência e segurança
Os FIDCs da Multiplike seguem o modelo multicedente/multissacado, o que garante flexibilidade e amplitude na aceitação de lastros, acomodando com segurança os ativos típicos do agronegócio. Essa estrutura jurídica e operacional permite maior aderência às necessidades reais do setor, com segurança jurídica e previsibilidade operacional.
Na prática, o crédito estruturado vem se consolidando como um instrumento de modernização do financiamento rural. Diferente das linhas públicas, limitadas por contingenciamentos e sazonalidade política, o crédito privado possibilita a criação de estruturas híbridas, que combinam garantias reais, contratos futuros e análises individualizadas. O resultado é mais autonomia financeira e menor exposição a ciclos políticos.
Expansão contínua e foco em governança
Atualmente, cerca de 9% da carteira total da Multiplike já está alocada no agro, com planos de crescimento contínuo. A gestora pretende expandir o portfólio de soluções para o setor nos próximos trimestres, mantendo como pilares a governança sólida, o rigor na análise de crédito e a inovação em modelos estruturados.
“O crédito estruturado é uma forma mais moderna, inteligente e ágil de acessar capital, respeitando a lógica do setor e destravando o crescimento do agronegócio brasileiro”, conclui Eyng.