A General Motors (GM) surpreendeu o público ao anunciar seu ambicioso programa de restauração de veículos clássicos chamado Vintage, criado como parte das festividades do centenário da empresa no Brasil. Neste projeto, a GM não se limita apenas a restaurar carros antigos, mas também introduz o conceito de “restomods”, que combina carros vintage com tecnologia moderna. Ao todo, dez veículos serão meticulosamente restaurados pela equipe de engenharia da GM. Até agora, quatro unidades foram concluídas e passaram por rigorosos testes para assegurar tanto a autenticidade quanto o desempenho perfeito dos veículos.
Ao contrário do projeto similar conduzido pela Volkswagen, onde os carros restaurados são exibidos em um espaço dedicado na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, os veículos da GM não ficarão expostos permanentemente. Em vez disso, a empresa optará por leiloá-los. Os lucros obtidos com esses leilões serão parcialmente destinados a projetos sociais do Instituto General Motors. Este é um passo significativo que alia a paixão pela preservação automotiva com iniciativas beneficentes.
Quais modelos estão sendo restaurados pelo programa Vintage?
Os quatro primeiros modelos já apresentados incluem o Monza 500 EF de 1990 e o Omega CD de 1994, ambos restaurados aos padrões originais. Além disso, o Omega recebeu um kit da renomada preparadora alemã Irmscher, que expandiu a capacidade do motor de 3,0 para 3,6 litros, aumentando assim sua potência de 165 cv para 197 cv. Este aprimoramento exemplifica como o programa Vintage mistura tradição com inovações técnicas.
O terceiro veículo é um Opala de 1979 que foi transformado em uma versão SS com motor 4.1 e injeção eletrônica. O último modelo apresentado foi a S10 Rally de 2004, originalmente feita para competir no Rali dos Sertões, mas agora adaptada para o uso urbano. Há também um Kadett GSi de 1992 em fase de acabamento, completando a gama de veículos selecionados para esta estreia do programa Vintage.
Como a GM garante a autenticidade das restaurações?
A GM garantiu que cada projeto de restauração seja meticulosamente executado por uma equipe de especialistas, incluindo alguns profissionais que trabalharam nos modelos originais. Utilizando um extenso acervo de imagens, manuais, amostras e um banco de dados técnico, a empresa deu atenção aos mínimos detalhes, desde a coloração metálica dos parafusos até as técnicas de manufatura, como dobras e soldas.
Esta atenção ao detalhe visa proporcionar uma experiência autêntica, trazendo de volta a estética original dos veículos. Para os modelos restomod, a equipe incorporou atualizações visuais e mecânicas, mantendo sempre a identidade histórica e respeitando os padrões estéticos da GM. Isso inclui, por exemplo, a integração de mecânicas modernas em carrocerias antigas, como a C10 equipada com motor e transmissão de Camaro V8.
Quais são os planos futuros da GM para o programa Vintage?

Após a conclusão das primeiras dez unidades, a GM planeja desenvolver coleções temáticas, cada uma explorando diferentes aspectos da rica história automotiva da empresa no Brasil. As futuras coleções poderão focar em esportivos, modelos populares ou até mesmo incluir veículos importados, ampliando o alcance do programa e celebrando a diversidade de automóveis que fizeram parte da trajetória da marca no país.
Além disso, cada carro restaurado passa por rigorosos testes no Campo de Provas da GM, onde são avaliados aspectos como dinâmica de condução, ruído, vibração, entre outros, para garantir que os veículos não sejam apenas peças de exposição, mas também prontos para rodar com segurança e eficiência.
O programa Vintage da GM não só presta homenagem ao passado, mas também aponta para o futuro, inovando no modo como veículos clássicos são restaurados e apreciados, garantindo que a paixão pela história automotiva continue viva nas próximas gerações.