A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) revisou para baixo sua projeção de vendas de veículos novos em 2025. A expectativa, que no início do ano era de alta de 5%, agora passou de 4,4% para apenas 2,6%. Se confirmada, a previsão representa a comercialização de 2,7 milhões de unidades, incluindo automóveis de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.
Segundo a entidade, o principal entrave é a taxa de juros elevada, que restringe o crédito e reduz a capacidade de expansão da demanda. “O setor automotivo sofre diretamente com as condições de financiamento. Sem alívio nos juros, o ritmo de crescimento será limitado”, afirmou o presidente da Fenabrave, Arcelio Junior.
Crédito desacelera e trava demanda
Os dados de setembro confirmam a dificuldade. Apesar de os emplacamentos terem crescido 9,16% em relação a agosto, o acumulado do ano mostra avanço modesto nas vendas de carros, refletindo a desaceleração das concessões de crédito à pessoa física. O indicador, que registrava expansão de 31,4% em outubro de 2024, caiu para apenas 3,8% neste ano.
A retração no crédito impacta diretamente os financiamentos, modalidade central para a compra de veículos no país. Com a Selic mantida em patamares elevados e expectativa de cortes apenas em 2026, o setor vê pouco espaço para reação no curto prazo.

Segmentos com desempenho desigual
Enquanto o segmento de automóveis e comerciais leves deve encerrar 2025 com alta de apenas 3%, as motocicletas continuam sendo o destaque positivo, com previsão de crescimento de 15% no ano. Esse desempenho ajuda a sustentar o resultado consolidado da indústria, que deve avançar 7,2% — número revisado para cima em relação à projeção de julho (6,2%).
Impactos para a indústria e para a economia
O corte na previsão de vendas preocupa fabricantes, concessionárias e toda a cadeia de fornecedores. Além da menor produção, a retração nos financiamentos reduz arrecadação de impostos e pode limitar investimentos no setor. Para os economistas, o mercado automotivo se mantém como um termômetro relevante da economia doméstica, dado seu peso sobre consumo e crédito.
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