O mercado acompanha de perto a valorização do dólar frente ao real, com projeções que indicam possíveis altas significativas nos próximos anos. Marco Saravalle, CIO da MSX Invest, explica que a desvalorização histórica do real e a inflação elevada contribuem para a tendência de aumento da moeda americana.
Segundo Saravalle, não há uma data exata para atingir valores como R$10, mas a trajetória de perda de valor do real é consistente. “Nossa moeda vem se desvalorizando historicamente devido a fatores estruturais como inflação acima da média mundial e menor crescimento econômico“, afirma o especialista.
Como o diferencial de juros impacta o câmbio?
O diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos exerce forte influência sobre a taxa de câmbio. “Se o Federal Reserve adiar cortes de juros, o dólar se fortalece, pressionando o real para baixo“, destaca Saravalle. Essa dinâmica também afeta expectativas de inflação e a estratégia monetária do Banco Central do Brasil.
Além disso, um dólar mais valorizado torna os investimentos domésticos menos atrativos e impacta diretamente a competitividade das exportações brasileiras. “O câmbio é um fator chave para entender se haverá ou não espaço para cortes na Selic no curto prazo“, reforça o especialista.
Quais os efeitos macroeconômicos da desvalorização do real?
Marco Saravalle aponta que a perda de valor do real ao longo do tempo impacta diretamente o poder de compra e a economia doméstica. Ele usa como referência indicadores como o índice Big Mac e o preço do Iphone, mostrando que produtos importados ficam progressivamente mais caros devido ao câmbio e à inflação.
Enquanto isso, o crescimento econômico global e a política monetária americana continuam sendo fatores decisivos. “Mesmo que o real apresente períodos de valorização, a tendência de longo prazo é a desvalorização frente ao dólar, exigindo atenção dos investidores“, complementa Saravalle.
Como os investidores devem se posicionar?
- Monitorar semanalmente a evolução do câmbio e os indicadores econômicos.
- Acompanhar o diferencial de juros Brasil-EUA para avaliar oportunidades e riscos.
- Diversificar portfólios para mitigar impactos da volatilidade cambial.
- Considerar setores beneficiados por câmbio desfavorável ao real, como exportações e commodities.
Por fim, Saravalle enfatiza que compreender a interação entre inflação, juros e câmbio é fundamental para decisões de investimento. “O real pode sofrer desvalorizações significativas ao longo do tempo, e os investidores precisam se preparar para isso com estratégia e diversificação“, conclui.
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