O faturamento real das pequenas e médias empresas (PMEs) registrou a terceira alta consecutiva em agosto, segundo o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). O indicador avançou 1,4% em relação a agosto de 2024 e cresceu 0,4% frente a julho, na série já ajustada por efeitos sazonais.
O resultado mostra que, apesar do desempenho fraco no início do ano com acumulado negativo de -0,3% em 2025, o setor começa a dar sinais mais consistentes de recuperação, sustentado por inflação em desaceleração, mercado de trabalho sólido e melhora gradual da confiança.
“Os dados de agosto confirmam que a recuperação das PMEs está em curso, puxada principalmente pela indústria e pelos serviços. O ambiente ainda é desafiador, mas os sinais são consistentes de que o segundo semestre terá resultados mais positivos para os pequenos e médios negócios”, avalia Felipe Beraldi, economista e gerente de indicadores e estudos econômicos da Omie.
Indústria e serviços no positivo
O destaque do mês veio da indústria, que avançou 9,3% em agosto, frente ao mesmo período de 2024. Dos 23 subsetores acompanhados, 14 cresceram, com ênfase para produtos de madeira, alimentos e papel e celulose.
O setor de serviços também manteve trajetória positiva, com alta de 1,6%, após crescimento de 2,4% em julho. Áreas como saúde humana, atividades financeiras e transportes puxaram o desempenho, enquanto informação, comunicação e educação registraram retração.
Na contramão, o comércio recuou 5,1% no comparativo anual, tanto no atacado quanto no varejo. Alguns nichos específicos, como joalheria, artigos de armarinho e produtos farmacêuticos, ficaram no campo positivo. O setor de infraestrutura também apresentou queda de 5,1%, influenciado pela menor atividade na construção civil.
Expectativa para o segundo semestre
Apesar da recuperação desigual entre os setores, a leitura geral é de que o faturamento real das PMEs deve seguir em alta nos próximos meses, ainda que em ritmo mais moderado que em anos anteriores.
Segundo Beraldi, a combinação de inflação mais baixa, renda em expansão e emprego sólido cria um ambiente mais favorável. “A tendência é de que o faturamento real siga em alta no segundo semestre, ainda que em um ritmo mais modesto que em anos anteriores”, conclui o economista.
Veja mais notícias aqui. Acesse o canal de vídeos da BM&C News.