O Ibama aprovou a última etapa da Avaliação Pré-Operacional (APO) para a Petrobras explorar o bloco FZA-M-59, localizado na Bacia da Foz do Amazonas. Trata-se da última etapa do processo de licenciamento ambiental para a perfuração exploratória na Margem Equatorial, região considerada a nova fronteira do petróleo no Brasil.
O parecer positivo do instituto permite que a companhia avance no cronograma, mas o Ibama solicitou ajustes no plano de proteção à fauna. A Petrobras declarou que fará as revisões necessárias e reapresentará o documento ao órgão até o fim desta semana. Com isso, a expectativa é de obter em breve a licença ambiental definitiva para iniciar a perfuração de um poço exploratório.
O que a aprovação do Ibama representa para a Petrobras?
A aprovação da APO é considerada um passo importante, pois garante que os protocolos de segurança e resposta a emergências sejam validados antes da perfuração. Essa etapa é fundamental para atestar a robustez da estrutura e a capacidade da empresa de lidar com eventuais incidentes ambientais. No entanto, a autorização ainda não equivale à licença final para exploração, que depende da incorporação das melhorias exigidas.
Para a Petrobras, a liberação do Ibama reforça o compromisso da companhia em expandir sua atuação na Margem Equatorial. O primeiro teste exploratório no bloco FZA-M-59 busca confirmar a presença de petróleo na região, com resultados previstos para o primeiro semestre de 2026. Caso sejam positivos, o projeto pode abrir caminho para uma nova fronteira de exploração, aumentando a relevância do Brasil no cenário global de energia.
Quais são as perspectivas de mercado?
O analista Pedro Galdi, da AGF, avalia que a notícia é positiva, mas não determinante. “A aprovação confirma apenas o andamento do cronograma do processo de liberação ambiental. O ponto mais importante serão os testes iniciais, que irão comprovar o real potencial de exploração na região”, destacou. Segundo Galdi, o mercado ainda aguarda evidências concretas sobre a viabilidade do projeto.
A Margem Equatorial é vista como uma aposta estratégica. “A expectativa continua muito positiva, outros países vizinhos, como Guiana e Suriname, já avançam na exploração da mesma faixa geológica, com resultados relevantes“. Isso aumenta a expectativa de que o Brasil possa seguir o mesmo caminho, atraindo investimentos e consolidando novas reservas.
O que esperar para a Petrobras?
O cronograma da companhia prevê que, uma vez obtida a licença, a perfuração exploratória comece ainda em 2026. Essa etapa será decisiva para avaliar a qualidade e o volume de petróleo no bloco FZA-M-59. Em caso de sucesso, a Petrobras poderá ampliar sua capacidade de produção em um período em que, mesmo com a transição energética, a demanda por petróleo segue crescente.
De acordo com projeções da própria estatal, o consumo global de petróleo deve atingir o pico em 2030, mas permanecerá elevado até meados de 2050. Nesse cenário, a exploração de novas áreas, como a Margem Equatorial, é vista como estratégica para garantir a competitividade da empresa no longo prazo.
Principais pontos da decisão
- Ibama aprovou a Avaliação Pré-Operacional no bloco FZA-M-59, última etapa antes da licença final.
- Petrobras deve revisar e reapresentar o plano de proteção à fauna até o fim da semana.
- Licença ambiental definitiva pode ser concedida após a incorporação das melhorias exigidas.
- Perfuração exploratória prevista para o primeiro semestre de 2026.
- Resultados iniciais serão determinantes para confirmar o potencial de exploração na Margem Equatorial.
A aprovação da APO pelo Ibama representa um avanço importante no processo de licenciamento da Petrobras, mas ainda não garante a exploração imediata do bloco FZA-M-59. Para o mercado, a expectativa é positiva, mas os investidores seguem atentos aos testes exploratórios que irão comprovar o real potencial da região. Como destacou Pedro Galdi, o andamento é animador, mas o que determinará o futuro da Margem Equatorial será a confirmação das reservas. Até lá, a Petrobras mantém o foco em alinhar segurança, responsabilidade ambiental e estratégia de crescimento.