O Departamento de Estado dos Estados Unidos decidiu revogar o visto do advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, e de mais cinco autoridades ligadas ao Judiciário brasileiro. A medida foi confirmada por fontes oficiais e amplia a tensão diplomática entre os dois países após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. O gesto é visto como um recado direto à atuação de setores da Justiça brasileira.
Entre os atingidos estão ex-integrantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e auxiliares diretos do ministro Alexandre de Moraes, que lidera processos contra ataques às instituições. Além disso, a ação ocorre em um momento em que Washington acusa o sistema judiciário brasileiro de perseguir conservadores, ao passo que Brasília defende a independência de suas cortes.
Quem teve o visto americano revogado?
De acordo com informações divulgadas, os nomes que tiveram o visto cancelado são:
- José Levi, ex-AGU e ex-secretário-geral de Alexandre de Moraes no TSE;
- Benedito Gonçalves, ex-ministro do TSE;
- Airton Vieira, juiz auxiliar de Alexandre de Moraes no STF;
- Marco Antonio Martin Vargas, ex-assessor eleitoral;
- Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, juiz auxiliar de Moraes.
Nesse sentido, a lista se soma ao caso de Jorge Messias, ampliando o impacto da decisão. Até o momento, os citados não se pronunciaram oficialmente.
Qual o contexto da decisão americana?
A revogação dos vistos acontece após a condenação de Bolsonaro, considerada por Washington como resultado de um processo politizado. Por outro lado, autoridades brasileiras reiteram que a decisão judicial se baseou em provas relacionadas às tentativas de questionar o resultado das eleições de 2022. O episódio fortalece a narrativa de um atrito ideológico entre os dois países.
Enquanto isso, vale lembrar que em julho integrantes da cúpula do Judiciário, incluindo Alexandre de Moraes, já haviam sido alvo de medidas semelhantes. Isso demonstra um padrão de pressão diplomática dos Estados Unidos sobre figuras do sistema de Justiça brasileiro.