Enfrentando um cenário econômico desafiador, a Nissan está implementando uma série de estratégias para cortar gastos e otimizar sua produção. Com objetivo de aumentar a eficiência e reduzir custos operacionais, a montadora japonesa tomou algumas medidas estratégicas, incluindo o fechamento gradual de sua histórica fábrica CIVAC no México até março de 2026. Além disso, a produção do modelo elétrico Arya nos Estados Unidos também será encerrada em 2026. Isso faz parte de um esforço mais amplo para ajustar e racionalizar suas operações globais. Sob a liderança de Tatsuzo Tomita, apelidado de “czar do corte de custos”, uma equipe de 3.000 funcionários está trabalhando em conjunto para propor soluções criativas e práticas que visam reduzir custos de produção sem comprometer a qualidade dos veículos da marca.
Tomita e sua equipe já propuseram cerca de 4.000 ideias, das quais 1.600 estão sendo implementadas. Entre estas inovações está a otimização dos encostos de cabeça dos bancos. Originalmente, os componentes dos encostos eram armazenados em um depósito considerável, e para levá-los à linha de montagem eram necessários até 30.000 passos por dia por parte dos funcionários. A solução encontrada foi reduzir a variedade de encostos de cabeça, o que diminui a quantidade de peças distintas armazenadas e, consequentemente, a área necessária para o depósito. Outro exemplo de racionalização é o ajustamento dos faróis, que atualmente oferecem um feixe de luz mais largo do que o necessário. Ao estreitar esses feixes, a Nissan pretende utilizar componentes padronizados disponíveis no mercado, reduzindo custos de produção sem prejudicar a qualidade da iluminação.
Quais mudanças a Nissan está implementando na escolha de materiais?
Outro aspecto significativo no esforço de redução de custos da Nissan é a reconsideração dos pigmentos usados nos tecidos dos carros. Inicialmente, os corantes escolhidos eram resistentes à luz solar, mas a empresa constatou que seus vidros já bloqueiam a radiação UV, tornando essa resistência extra desnecessária. Ao optar por corantes mais econômicos, a Nissan espera economizar nos custos de material, mantendo o nível de qualidade e estética necessário para seus veículos.
Como as trocas de fornecedores podem ajudar na diminuição de custos?
Uma outra estratégia adotada pela Nissan para cortar gastos é a mudança de fornecedores. A empresa está buscando parcerias com fornecedores chineses, que oferecem os componentes necessários a preços mais acessíveis em comparação aos fornecedores atuais. Esse movimento busca não apenas reduzir os custos de aquisição de materiais, mas também flexibilizar a cadeia de suprimentos, permitindo que a Nissan tenha acesso a diversas possibilidades de fornecimento e uma base de custos mais competitiva.
Qual o impacto dessas mudanças na complexidade e na estratégia da Nissan?

Com o aumento da complexidade dos modelos, a Nissan percebeu que a diversificação em excesso contribuiu para processos mais lentos e ineficientes. Isso ocorreu pois a busca por estar presente em vários nichos levou a empresa a adotar várias especificações exclusivas para cada silo de vendas. A solução foi a padronização e simplificação desses processos, permitindo decisões mais rápidas e eficazes. Apesar dessas mudanças significativas, Tomita assegurou que a marca não irá comprometer a qualidade dos seus carros e todas as decisões são tomadas em conjunto com os fornecedores para garantir que o impacto para os clientes finais seja mínimo.
A jornada da Nissan para otimizar sua produção reflete os desafios de uma indústria automobilística em rápida transformação, onde a eficiência operacional e a inovação constante são cruciais para o sucesso. As estratégias implementadas pela montadora demonstram a importância de se adaptar às condições de mercado em evolução, equilibrando redução de custos e manutenção da qualidade, sem sacrificar a experiência do consumidor.