O Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira (18) com leve retração de 0,06%, aos 145.499 pontos, interrompendo três dias seguidos de recordes históricos. Apesar da correção, o índice segue sustentado por fundamentos positivos e pelo fluxo estrangeiro em busca de ativos de risco.
Além disso, a decisão do Copom de manter a Selic em 15% ao ano reforçou a postura cautelosa do mercado. O comunicado do Banco Central foi considerado mais duro que o esperado, sinalizando que os juros podem permanecer elevados por mais tempo, o que refletiu nos contratos futuros de DI e limitou o fôlego da bolsa.
Quais fatores pressionaram o mercado hoje?
Enquanto isso, o real se valorizou frente ao dólar, que fechou cotado a R$ 5,319. Por outro lado, os juros futuros subiram ao longo de quase toda a curva. No mercado acionário, houve destaque para movimentos distintos entre setores.
- Petrobras recuou, acompanhando a queda do petróleo no exterior.
- Vale também fechou em baixa, ainda que de forma moderada.
- Natura (NATU3) disparou +16,46% após anunciar a venda da Avon International.
- Bancos ficaram mistos: Banco do Brasil subiu 1,05%, enquanto Bradesco caiu e Itaú terminou estável.
Nesse sentido, o volume financeiro da sessão foi de aproximadamente R$ 22,8 bilhões, refletindo um pregão de cautela, mas com setores específicos se destacando.
O que esperar do cenário internacional?
No exterior, o Federal Reserve iniciou um ciclo de cortes de juros. Segundo Flávio Conde, head de renda variável da Levante, a decisão não ocorreu pelo motivo ideal:
“Eles estão cortando não pelo motivo bom, que seria uma inflação mais baixa, mas sim pelo motivo preocupante, que é emprego abaixo de 100 mil. O Powell deixou aberto no discurso que teremos mais dois cortes este ano. Está dado pelo dot plot que vamos terminar 2025 em torno de 3,5% a 3,75%.”
De acordo com Conde, essa redução pode impulsionar os ativos de risco: “Uma queda de 0,75 ponto nos juros pode acrescentar cerca de 7,5% de alta na bolsa, pois enfraquece o dólar e atrai recursos para mercados emergentes, como o Brasil.”
Perspectivas para os próximos pregões
Por fim, mesmo com a pausa nos ganhos, analistas reforçam que o índice continua descontado em relação a seus múltiplos históricos. Além disso, o ambiente de juros em queda no exterior tende a manter a atratividade do Brasil. A expectativa agora recai sobre novos dados de inflação nos EUA e os próximos movimentos do Fed, que podem definir o ritmo dos fluxos internacionais para ativos locais.