O economista Bruno Corano avalia que o mercado pode estar exagerando nas projeções de corte de juros pelo Federal Reserve até 2025. Em sua análise, ele aponta que a inflação segue pressionada e o desemprego em alta, fatores que limitam a flexibilidade da autoridade monetária.
Segundo Corano, o cenário atual traz ventos conflitantes que tornam difícil prever a velocidade e a intensidade do corte de juros. Nesse sentido, o Fed terá de equilibrar entre combater a inflação persistente e responder ao aumento do desemprego.
Qual o impacto da inflação e do desemprego no corte de juros?
A relação entre inflação e desemprego é um dos temas centrais na política monetária. Corano destaca que, mesmo em ciclos passados, como nas décadas de 1950, 1960 e 1990, o Fed priorizou a redução do desemprego em detrimento do combate à inflação. Esse histórico pode se repetir no cenário atual.
Ele ressalta que os dados de inflação ainda elevados reduzem a margem de manobra do Fed. Por outro lado, a elevação do desemprego gera pressão política e social para que o banco central adote medidas de estímulo, mesmo que temporariamente ignore o avanço dos preços.
O que significa a defasagem das importações na inflação?
Outro ponto relevante na análise de Corano é a defasagem entre importações e seu impacto real nos índices de inflação. Os efeitos de preços internacionais podem demorar a se refletir na economia doméstica, o que cria desafios adicionais para a condução da política monetária.
De acordo com o economista, esse impacto pode ser sentido de forma mais clara apenas em 2026. “A defasagem nas importações pode influenciar a inflação de formas que ainda não conseguimos quantificar completamente”, afirmou.
Quais as implicações para estratégias de investimento?
Nesse contexto, setores que dependem de juros baixos podem não apresentar a performance esperada. A perspectiva de um corte de juros mais lento exige cautela dos investidores, que precisam ajustar suas carteiras de acordo com o novo ambiente macroeconômico.
- Revisar a composição da carteira periodicamente
- Considerar ativos menos sensíveis a juros altos
- Manter diversificação entre setores e geografias
- Reforçar a análise setorial para identificar resiliência
Além disso, Corano recomenda que os investidores acompanhem de perto os sinais do Fed e estejam preparados para mudanças de estratégia em caso de ajustes mais lentos do que o antecipado pelo mercado.
Como os investidores podem se preparar para um cenário incerto?
Em um ambiente volátil, a vigilância constante torna-se fundamental. Corano afirma que os investidores devem se manter flexíveis, prontos para adaptar estratégias conforme novas informações surgirem. Isso inclui atenção redobrada a dados de inflação, emprego e comércio exterior.
A incerteza sobre o ritmo do corte de juros reforça a importância da disciplina e da paciência. Investidores que conseguirem interpretar corretamente os movimentos do Fed e ajustar seus portfólios terão maior chance de proteger patrimônio e capturar oportunidades.
Conclusão
As expectativas em torno do corte de juros do Federal Reserve podem estar superestimadas pelo mercado, segundo Bruno Corano. Embora o desemprego crescente pressione por medidas de estímulo, a inflação persistente impõe limites à política monetária. Nesse cenário, cautela, diversificação e análise de fundamentos tornam-se indispensáveis para navegar em um mercado cada vez mais incerto.
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