O economista VanDyck Silveira alertou para os riscos de estagflação no Brasil, destacando que o cenário exige maior disciplina fiscal e manutenção da taxa SELIC em patamares elevados. Segundo ele, a política de gastos do governo ameaça a estabilidade econômica e pode prolongar os efeitos da inflação.
De acordo com a análise, a combinação de atividade fraca com inflação persistente caracteriza um ambiente de estagflação, no qual a política monetária precisa permanecer restritiva. Nesse sentido, a ausência de ajuste fiscal consistente aumenta as dificuldades para o Banco Central e para os agentes econômicos.
Como os gastos públicos agravam a estagflação?
VanDyck Silveira critica o aumento das despesas governamentais sem contrapartida em receitas. Para ele, essa expansão fiscal contribui para a instabilidade ao pressionar a inflação e comprometer a confiança dos investidores. Além disso, reduz o espaço para medidas que poderiam estimular o crescimento de forma sustentável.
O economista defende que “precisamos de disciplina fiscal para evitar a desorganização econômica”. Nesse contexto, a política fiscal torna-se peça central para conter a estagflação e restaurar o equilíbrio das contas públicas.
Qual o papel do Banco Central diante da estagflação?
Enquanto o governo amplia gastos, o Banco Central mantém sua postura firme contra a inflação. VanDyck reforça a importância da independência da autoridade monetária como barreira contra pressões políticas e fiscais. Um Banco Central autônomo, segundo ele, é essencial para garantir estabilidade e previsibilidade ao mercado.
Essa autonomia permite que as decisões sobre juros sejam guiadas por dados econômicos concretos. Nesse sentido, a SELIC deve permanecer em patamares elevados até 2027, mesmo diante das críticas políticas, como forma de evitar desancoragem inflacionária.
A taxa SELIC permanecerá alta até quando?
O economista projeta que a taxa SELIC continuará elevada pelos próximos anos, refletindo a necessidade de combater a inflação em um ambiente de estagflação. Embora exista pressão para cortes, a realidade econômica não permite flexibilização no curto prazo. A expectativa é de juros altos até 2027, o que impacta diretamente crédito, consumo e investimentos.
- SELIC elevada até 2027 para controlar a inflação
- Pressão política crescente por cortes de juros
- Mercado de crédito e varejo afetados pela taxa alta
- Investidores reavaliando estratégias de portfólio
Quais estratégias de investimento em um cenário de estagflação?
Diante das incertezas, VanDyck sugere que os investidores adotem maior cautela. A diversificação do portfólio é considerada fundamental, com alocação em ativos que possam servir como proteção contra a inflação. Além disso, setores menos sensíveis a juros altos devem ser priorizados.
Entre as alternativas, destacam-se investimentos em imóveis, commodities e ativos reais, que tendem a oferecer maior resiliência em ambientes de estagflação. Ao mesmo tempo, é importante acompanhar as decisões do Banco Central e a condução da política fiscal, pois esses fatores moldarão o cenário futuro.
Conclusão
O Brasil enfrenta um período desafiador, no qual a estagflação representa risco concreto à economia. A combinação de juros contracionistas e expansão fiscal desordenada exige atenção redobrada de gestores, investidores e formuladores de política. Nesse ambiente, estratégias bem definidas e diversificação tornam-se cruciais para proteger patrimônio e identificar oportunidades.
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