A semana de 8 a 12 de setembro será marcada por dados relevantes de inflação, decisões de bancos centrais e fatores políticos que devem trazer volatilidade aos mercados. No Brasil, o Boletim Focus abre a agenda na segunda-feira, trazendo as projeções de mercado para inflação, PIB, câmbio e taxa Selic. Ainda no campo doméstico, serão divulgados o IGP-DI da Fundação Getulio Vargas, o IPCA de agosto, a Pesquisa Mensal do Comércio e a Pesquisa Mensal de Serviços, além do IPC da Fipe. “Temos uma semana importante, com dados do Focus, do IGP-DI e, principalmente, a leitura oficial do IPCA, que vai balizar as expectativas do mercado em relação à inflação e à política monetária”, afirma Francisco Alves, operador de mercado e apresentador do programa Pre-Market na BM&C News.
Nos Estados Unidos, a atenção se volta para os números de inflação. O PPI e o CPI de agosto serão divulgados logo após os sinais de desaceleração do mercado de trabalho na última semana. A agenda ainda traz o Livro Bege do Federal Reserve, leilões do Tesouro americano em diferentes vencimentos e a prévia da confiança do consumidor da Universidade de Michigan. A próxima reunião do Fed está marcada para os dias 16 e 17 de setembro, e os dados desta semana ajudarão a calibrar as apostas de cortes de juros.
Na Europa, o destaque será a decisão de juros do Banco Central Europeu, na quinta-feira, em meio a uma série de dados de inflação e atividade. Alemanha, França, Itália, Espanha, Reino Unido e Portugal divulgam números de preços, produção industrial e vendas no varejo. Na Turquia, além dos dados de inflação, o Banco Central também decide sua taxa de juros. “Será uma semana reservada para dados de inflação em praticamente todos os principais mercados, incluindo Brasil, EUA, Europa e Ásia”, observa Francisco Alves.
Na Ásia, a China publica dados de exportações, importações, balança comercial, além do CPI e PPI de agosto, fundamentais para medir o ritmo da segunda maior economia do mundo. O Japão divulga o PIB do segundo trimestre e a produção industrial de julho, enquanto a Índia traz seu CPI anual e a Coreia do Sul apresenta números de desemprego. A África do Sul também publica seu PIB, e México e Argentina soltam seus índices de preços ao consumidor.
O cenário político entra como um fator adicional de risco. No Brasil, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal deve avançar ao longo da semana, com expectativa de conclusão até sexta-feira, o que pode gerar repercussões institucionais e até diplomáticas. No exterior, segue no radar a disputa em torno das tarifas impostas pelos Estados Unidos, consideradas ilegais pela Justiça, mas defendidas pelo governo Trump, que recorreu à Suprema Corte.
No mercado de commodities, o ouro renovou recordes, superando US$ 3.655 por onça-troy, acumulando valorização de 40% em 2025. O petróleo, por outro lado, encerrou a semana passada em queda, mas a decisão da Opep+ de elevar a produção em 137 mil barris por dia a partir de outubro adiciona novos elementos ao equilíbrio entre oferta e demanda. Além disso, a prata também atingiu máximas não vistas em 14 anos.
Os mercados vêm de uma semana positiva para o Ibovespa, que fechou em 142.640 pontos, acumulando alta de 0,86% na semana e 18,59% no ano. O dólar recuou 0,18% na semana e acumula queda de 12,42% em 2025. Em Nova York, o S&P 500 avançou 0,33%, o Nasdaq ganhou 1,14% e apenas o Dow Jones recuou, com queda de 0,31%.
“É uma semana que reúne praticamente todos os ingredientes: dados de inflação ao redor do mundo, decisões de política monetária, commodities em movimento e, no Brasil, a tensão política com o julgamento de Bolsonaro. Tudo isso reforça o potencial de volatilidade elevada nos mercados”, conclui Francisco Alves.
Veja mais notícias aqui. Acesse o canal de vídeos da BM&C News.