Um novo projeto voltado para a educação financeira será lançado em agosto de 2025 nas escolas públicas da capital paulista. Chamado de 50 Vezes Educação Financeira, o programa busca unir experiência e inovação ao promover o aprendizado intergeracional, aproximando pessoas com mais de 50 anos de estudantes do ensino médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A iniciativa é liderada pelo PagBank em parceria com a Multiplicando Sonhos.
A proposta é reduzir desigualdades sociais a partir do conhecimento sobre gestão de finanças pessoais. Mais de 300 voluntários com idade acima de 50 anos serão capacitados gratuitamente para atuar como facilitadores, com previsão de impactar cerca de 5 mil alunos já no primeiro ciclo do projeto. Além da capacitação, o programa prevê encontros em sala de aula a partir de outubro, quando os voluntários passarão a atuar diretamente nas escolas.
Foco na educação financeira: como será a atuação dos voluntários?
Os voluntários receberão formação em conteúdos de educação financeira ao longo de setembro. A partir daí, estarão aptos a conduzir atividades práticas com os alunos, em formato de oficinas, dinâmicas e discussões que envolvem temas como orçamento familiar, consumo consciente, poupança e investimentos básicos. O diferencial, segundo os organizadores, é a valorização da experiência de vida dos participantes com mais de 50 anos, conectando diferentes gerações.
De acordo com o presidente da Multiplicando Sonhos, Evandro Mello, “a experiência e conhecimento dessas pessoas são um grande diferencial para conectar gerações e enriquecer o aprendizado dos alunos”. Nesse sentido, a metodologia busca trazer não apenas conceitos técnicos, mas também histórias e vivências que tornem o aprendizado mais próximo da realidade dos jovens.
Qual o impacto esperado pelo 50 vezes educação financeira?
O impacto estimado do programa é atingir aproximadamente 5 mil estudantes em 2025, apenas na cidade de São Paulo. A expectativa, no entanto, é que a iniciativa possa ser expandida para outras regiões nos próximos anos, em linha com a meta da Multiplicando Sonhos de estar presente em todos os estados brasileiros até 2030. A instituição, fundada em 2019, já alcançou mais de 12.600 alunos em 50 escolas públicas do estado de São Paulo.
Para Letícia Andrade, gerente geral de Educação Financeira do PagBank, “sempre é tempo de aprender, ensinar e fazer a diferença na comunidade”. O posicionamento reforça o caráter social do projeto, que também está alinhado a pautas de ESG e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente na redução das desigualdades.
Quais são as próximas etapas?
O cronograma do programa prevê três etapas principais:
- Inscrições: já abertas por meio de edital online.
- Capacitação: setembro de 2025.
- Atividades nas escolas: início em outubro de 2025.
Além disso, os organizadores destacam que o projeto poderá se tornar um modelo replicável em outros contextos, integrando voluntariado, inclusão social e práticas educativas. Nesse sentido, a educação financeira aparece não apenas como ferramenta de aprendizado, mas também como mecanismo de transformação social, conectando gerações e promovendo maior consciência sobre o uso dos recursos.
Por que investir em educação financeira?
O tema da educação financeira tem ganhado destaque em políticas públicas e iniciativas privadas justamente pela sua capacidade de impactar diferentes dimensões da vida das pessoas. Saber administrar recursos, planejar gastos e compreender produtos financeiros básicos são pontos essenciais para reduzir endividamento e aumentar a autonomia econômica, especialmente em contextos de maior vulnerabilidade social.
Projetos como este se inserem em um movimento mais amplo de democratização do conhecimento financeiro no Brasil. Por outro lado, especialistas lembram que os resultados só se consolidam no médio e longo prazo, exigindo continuidade e acompanhamento para que os aprendizados realmente transformem o comportamento financeiro das famílias.
Enquanto isso, a aposta em um público voluntário de 50 anos ou mais traz uma camada adicional de valor: reconhecer e utilizar a experiência de vida como ferramenta pedagógica. Dessa forma, o programa busca não apenas ensinar matemática financeira, mas também estimular reflexões sobre escolhas, prioridades e perspectivas de futuro.