A demanda por crédito no Brasil registrou alta de 8,5% em julho em relação a junho, segundo o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC). Na comparação com julho de 2024, a procura avançou de forma mais moderada, ficando abaixo de 1%. O indicador acompanha mensalmente as solicitações de financiamentos em setores como varejo e instituições financeiras.
O desempenho dos segmentos foi desigual: bancos e instituições financeiras tiveram crescimento de aproximadamente 20% na demanda mensal, enquanto o varejo recuou na mesma proporção. Esse contraste reforça a tendência de maior busca por crédito em linhas tradicionais, em detrimento do consumo direto no comércio.
Qual foi o papel das microempresas nesse movimento?
As microempresas, com faturamento anual de até R$ 360 mil, foram destaque no período. A procura por crédito nesse segmento aumentou 38% em relação a julho de 2024 e quase 50% frente a junho deste ano. Já entre companhias de grande porte, o avanço foi de 20% na comparação mensal e 7% no recorte anual.
De acordo com Natália Heimann, líder da unidade de Dados & Analytics para Crédito da Neurotech, programas como o ProCred 360 têm estimulado o acesso das microempresas ao crédito. “Há um movimento positivo no País de oferecer linhas de crédito com taxas menores e sem burocracia, especialmente às microempresas. Aparentemente, está dando resultado”, avaliou.
O que mede o INDC?
O Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC) considera dados de empresas, instituições financeiras e varejistas para mensurar o apetite do brasileiro pelo crédito. O levantamento mostra o número de solicitações, mas nem todas se convertem em concessão efetiva, já que a aprovação depende do perfil do solicitante, da política de risco das instituições e da identificação de eventuais fraudes.