O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciou a suspensão parcial dos contratos firmados com a Crefisa, uma das maiores instituições financeiras de crédito pessoal do país. A decisão, publicada no Diário Oficial da União (DOU), é de caráter cautelar e afeta os novos pagamentos de benefícios. O órgão justificou a medida alegando a existência de diversas irregularidades no atendimento aos segurados.
Entre as falhas apontadas pelo INSS estão relatos de beneficiários sobre dificuldades ou impedimentos para receber os valores devidos, além de registros de atrasos, recusas de pagamento e limitações na realização de saques. A suspensão busca, segundo o órgão, preservar o interesse público e garantir que os cidadãos em situação de vulnerabilidade não sejam prejudicados.
Quais foram as irregularidades apontadas pelo INSS?
De acordo com o INSS, as investigações identificaram não apenas problemas operacionais, mas também práticas consideradas abusivas por parte da instituição financeira. Os casos reportados incluem:
- Suposta coação para abertura de contas correntes;
- Venda casada de produtos financeiros;
- Portabilidades indevidas e não autorizadas;
- Falta de informações claras aos beneficiários.
Além disso, foram identificados problemas estruturais nas agências vinculadas à Crefisa, como longas filas, ausência de caixas eletrônicos e inadequações nos espaços físicos. O INSS destacou que recebeu nos últimos meses diversas reclamações de beneficiários, além de denúncias encaminhadas por órgãos como Procons, Ministério Público Federal (MPF) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
No último leilão realizado para definir quais bancos administrariam o pagamento dos benefícios entre 2025 e 2029, a Crefisa havia conquistado 25 dos 26 lotes disponíveis, o que reforça o impacto da decisão. A medida, portanto, pode provocar mudanças significativas na logística de repasse dos valores previdenciários.
Como a Crefisa respondeu às acusações?
Em nota oficial, a Crefisa afirmou ter recebido com surpresa as informações divulgadas pelo INSS, alegando que até o momento não foi formalmente notificada sobre a suspensão. A instituição ressaltou que presta serviços ao órgão desde 2020 e que, nesse período, não houve casos em que beneficiários deixaram de receber seus pagamentos.
Segundo a empresa, foram investidos mais de R$ 1 bilhão em tecnologia, ampliação e modernização de postos de atendimento. A Crefisa enfatizou que todas as agências possuem caixas eletrônicos e que não há dificuldades operacionais que impeçam a retirada dos valores. Além disso, negou a existência de coação ou venda casada de produtos, destacando que apenas 5% dos mais de 1 milhão de beneficiários abriram conta corrente no banco.
Em relação à triagem de atendimento, a instituição afirmou que já possui sistemas de senha em todos os postos e que está implementando uma solução ainda mais moderna, com novas funcionalidades para aprimorar o fluxo dos serviços.
A Crefisa está imune a críticas?
O banco também destacou que nenhuma instituição está livre de receber reclamações de clientes, mas defendeu que a métrica justa para avaliação deve ser a taxa proporcional de queixas em relação ao total de usuários atendidos. Nesse sentido, a Crefisa afirma que sua taxa de reclamações é inferior a 1%, considerada extremamente baixa diante do volume de mais de 1 milhão de beneficiários ativos.
A empresa reiterou não ter praticado qualquer irregularidade e reforçou seu compromisso com a ética, a legalidade e a boa-fé contratual. “A transparência e a segurança no atendimento são princípios irrenunciáveis na relação com os segurados”, concluiu a nota.
Próximos passos e impacto para os beneficiários
Enquanto o INSS sustenta que a medida é necessária para cessar irregularidades, a Crefisa insiste na regularidade de suas operações. O impasse deverá ter novos desdobramentos nas próximas semanas, especialmente em relação à manutenção ou não da suspensão. Para os segurados, a principal preocupação é garantir que os pagamentos ocorram sem atrasos ou restrições, independentemente da instituição responsável.
Veja a íntegra da nota da Crefisa:
Sobre as notícias veiculadas nesta data a respeito da suspensão parcial do contrato de prestação de serviços com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Banco Crefisa informa que recebeu com surpresa as informações divulgadas, uma vez que não foi formalmente comunicado por parte do INSS até o momento sobre qualquer medida nesse sentido.
O Banco Crefisa vem prestando regularmente o serviço de pagamento de benefícios desde 2020, sem qualquer interrupção, não havendo reclamação de qualquer Beneficiário de que tenha deixado de receber seu benefício, dentre os mais de 1 milhão de Beneficiários atendidos em todo o território nacional.
Desde que iniciada a prestação dos serviços, o Banco Crefisa já investiu mais de R$1 bilhão de reais em tecnologia e na ampliação e modernização de seus Postos de Atendimento, cumprindo os contratos estabelecidos e atendendo a todos os requisitos impostos pelo INSS. A estrutura dos espaços físicos é adequada e há caixas eletrônicos em todos os Postos de Atendimento para realização de saques. Portanto, não há dificuldades ou impedimento para recebimento dos benefícios, assim como não há atrasos, recusas de pagamento e limitação para saque.
Nenhum contrato é celebrado sem autorização dos clientes. Há um processo claro de contratação e todos os contratos são assinados. Não há coação para abertura de conta corrente e venda casada de produtos e prova disso é que menos de 5% dos mais de 1 milhão de Beneficiários atendidos abriram conta corrente na instituição.
Quanto ao sistema de triagem e emissão de senhas, já existe em todos os Postos de Atendimento Bancário, mas já está sendo implantada uma solução ainda mais moderna e com novas funcionalidades para aprimorar o gerenciamento do atendimento.
Por fim, é importante esclarecer que nenhuma empresa, independentemente do seu porte, segmento de atuação ou excelência nos serviços prestados está imune a receber reclamações de seus clientes. A métrica adequada para avaliar a qualidade dos serviços é a taxa proporcional de reclamações, ou seja, o número de queixas em relação ao total de clientes ou de operações realizadas, que permite uma análise justa e equilibrada. Em relação ao Banco Crefisa, a taxa proporcional de reclamações é extremamente baixa, de menos de 1%.
O Banco Crefisa reitera que não praticou qualquer irregularidade e que vem cumprindo integralmente as cláusulas do contrato vigente, respeitando todos os critérios legais e contratuais estabelecidos, reforçando seu compromisso com a ética, a legalidade e a boa-fé contratual.