O cenário econômico brasileiro segue marcado pela manutenção da taxa de juros em patamares historicamente elevados. De acordo com Salomão Menezes, da Fami Capital, essa realidade deve permanecer até, pelo menos, o início de 2026. Esse contexto afeta diretamente as decisões de investidores, que buscam alternativas para preservar e rentabilizar seu patrimônio em meio à volatilidade dos mercados. Nesse ambiente, a renda fixa se destaca como opção de destaque para quem procura segurança, liquidez e previsibilidade.
Segundo Salomão, a combinação entre Selic elevada e incertezas globais reforça a atratividade de produtos atrelados ao CDI, à inflação e também de títulos prefixados, que podem capturar ganhos em momentos de fechamento da curva de juros. Ainda assim, a diversificação segue como estratégia essencial para reduzir riscos e equilibrar os portfólios.
Por que a renda fixa é uma opção atrativa agora?
Com a taxa Selic acima da média histórica, o investidor tem a possibilidade de obter retornos consistentes sem precisar assumir riscos elevados. Nesse sentido, Menezes explica que a renda fixa pode servir tanto como proteção quanto como oportunidade de ganhos superiores em determinados cenários. “O investidor deve aproveitar esse período para estruturar sua carteira com ativos que combinem segurança e rendimento”, afirmou o especialista.
Além disso, ao contrário de momentos anteriores em que a renda variável dominava a atenção, agora o mercado oferece produtos de renda fixa que podem se tornar mais competitivos frente a ativos de risco. Isso cria um movimento de reequilíbrio nos portfólios e abre espaço para que investidores conservadores e moderados explorem novas possibilidades.
Quais são as principais oportunidades em renda fixa?
O economista destacou diferentes alternativas de investimento em renda fixa que ganham relevância no cenário atual:
- NTNBs (Notas do Tesouro Nacional Série B): títulos indexados à inflação, que preservam o poder de compra do investidor e são indicados para horizontes de médio e longo prazo.
- CDI: serve de referência para grande parte dos ativos de renda fixa e garante previsibilidade para aplicações como CDBs e fundos DI.
- Títulos pré-fixados: oferecem taxa definida no momento da compra, sendo atrativos se houver expectativa de queda dos juros.
- Títulos pós-fixados: seguem a variação da Selic ou do CDI, funcionando como proteção em cenários de permanência dos juros elevados.
“Os NTNBs são especialmente interessantes em um ambiente de inflação pressionada, enquanto os pós-fixados oferecem segurança para quem busca acompanhar os movimentos da política monetária”, observou Menezes. Já os prefixados, por sua vez, podem garantir ganhos mais expressivos caso o Banco Central reduza os juros em ritmo mais acelerado do que o esperado.
Como o fechamento da curva de juros pode gerar oportunidades?
Outro ponto enfatizado pelo economista é o fechamento da curva de juros. Esse movimento ocorre quando há expectativa de queda das taxas no futuro, comprimindo os prêmios pagos em prazos mais longos. Segundo Salomão, esse cenário pode ser aproveitado por investidores atentos, que compram títulos antes dessa redução, garantindo rentabilidades superiores.
“Investir no fechamento da curva, sem assumir grandes riscos, é uma estratégia válida”, explicou. Nesse contexto, é importante monitorar tanto os movimentos internos da política monetária quanto os fatores externos, como a política fiscal e a estabilidade internacional. Enquanto isso, gestores e consultores reforçam a importância de avaliar prazos e liquidez antes de definir as posições.
Qual é a melhor estratégia de investimento em renda fixa agora?
Embora a renda fixa esteja em evidência, o especialista lembra que não existe uma fórmula única de sucesso. A diversificação continua sendo um dos pilares centrais de qualquer estratégia. Isso significa combinar diferentes indexadores, prazos e emissores, equilibrando riscos e retornos. Além disso, acompanhar as mudanças econômicas e políticas é essencial para ajustar rapidamente as posições.
Nesse sentido, Menezes reforça a cautela. “O investidor deve estar preparado para um período prolongado de juros altos e volatilidade. O ideal é buscar orientação especializada e revisar periodicamente sua carteira para não perder oportunidades”, concluiu. Com isso, a renda fixa se consolida como uma peça-chave para atravessar os próximos meses, oferecendo não apenas segurança, mas também ganhos relevantes em meio às incertezas.