A semana de 18 a 22 de agosto promete forte volatilidade nos mercados, com atenção voltada para indicadores de inflação, decisões de política monetária e desdobramentos geopolíticos. No Brasil, o calendário começa na segunda-feira com o Boletim Focus, que traz as projeções do mercado para PIB, IPCA, câmbio e Selic. O Banco Central também divulga o IBC-Br de junho, considerado uma prévia do PIB, e a Fundação Getulio Vargas publica o IGP-10 do mês. Para Francisco Alves, operador de mercado e apresentador do Pre Market na BM&C News, esses dados são fundamentais para balizar os preços de juros e câmbio logo no início da semana.
No cenário internacional, o destaque está nos Estados Unidos. Após a divulgação de um payroll mais fraco e uma inflação ao consumidor abaixo do esperado em julho, cresce a expectativa de que o Federal Reserve corte os juros já em setembro. A semana será marcada pela publicação da ata do Fomc na quarta-feira, discursos de dirigentes do banco central americano e, na sexta-feira, pelo aguardado simpósio de Jackson Hole, organizado pelo Fed de Kansas City, onde Jerome Powell deve dar sinais sobre os próximos passos da política monetária.
Na Europa e na Ásia, a agenda também é carregada. Na terça-feira, o Banco Central da China (PBoC) anuncia suas taxas de referência de empréstimos (LPR), enquanto o Banco da Nova Zelândia (RBNZ) define sua política monetária. Ao longo da semana, saem dados de inflação do Reino Unido, da Zona do Euro, da Alemanha e do Japão, além de PMIs na quinta-feira e, na sexta, os PIBs do Reino Unido, Alemanha e México. “Os dados de inflação no varejo e no atacado, que saem ao longo da semana em diversos países, serão determinantes para calibrar as apostas sobre a trajetória dos bancos centrais”, observa Francisco Alves.
No campo geopolítico, os mercados ainda repercutem a cúpula entre Donald Trump e Vladimir Putin, realizada na última sexta-feira no Alasca. O encontro terminou sem acordo de cessar-fogo na Ucrânia, e a expectativa agora recai sobre a pressão de líderes europeus para destravar as negociações. Ao mesmo tempo, cresce a preocupação com a escalada de tarifas e o impacto sobre setores atingidos pelas medidas comerciais anunciadas pelos Estados Unidos.
Os mercados chegam à semana em compasso de espera. O Ibovespa acumula alta de 0,31% na semana anterior e 13,35% no ano, enquanto o dólar recuou 0,70% na semana e já acumula queda de 12,66% em 2025. No mercado de commodities, o ouro fechou a semana em baixa de 3,21%, cotado a US$ 3.382,60 a onça-troy, e o petróleo também caiu, com perdas de 1,71% no WTI e 1,10% no Brent.
Combinando inflação, PIBs, decisões de bancos centrais e desdobramentos da geopolítica global, a agenda da semana se mostra densa e complexa. “É uma semana que exige atenção máxima dos investidores, com indicadores que podem redesenhar as expectativas para juros e crescimento em diferentes economias”, conclui Francisco Alves.
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