Um empresário europeu do ramo industrial concretizou recentemente a compra de um apartamento avaliado em quase R$ 20 milhões, localizado no Jardim América, área nobre da capital paulista. O imóvel de 400 m², em um edifício Lindemberg da década de 1980, foi escolhido pela localização estratégica, além da vista permanente para o Jardim Europa. “O que me fez escolher essa localização é a possibilidade de morar em frente ao Clube Paulistano e a poucos passos dos melhores restaurantes da cidade. É o apartamento ideal para a segurança e qualidade de vida da minha família no Brasil”, diz o homem de 65 anos que prefere não divulgar o nome.
O caso ilustra o momento do mercado de imóveis de altíssimo padrão em São Paulo, que no primeiro trimestre de 2025 movimentou mais de R$ 7 bilhões, de acordo com levantamento da consultoria Brain Inteligência Estratégica. O resultado representa um avanço de 238,9% no volume financeiro em relação ao mesmo período de 2024, acompanhado por alta de 57,4% nas vendas, totalizando 993 unidades comercializadas.
Esse desempenho é impulsionado pela valorização de regiões nobres e pela demanda por empreendimentos que combinam localização estratégica, tecnologia e design internacional. Entre os projetos que seguem essa linha estão o Vista Jardim Guedala (interiores da Armani/Casa), o Epic Jardim Europa (design by Pininfarina) e o Coupe Tower (parceria com a Porsche Consulting).
“Para conquistar esse público, formado por empresários de tecnologia, finanças e saúde, famílias tradicionais, celebridades e estrangeiros com negócios na cidade, as construtoras têm apostado em projetos com assinatura internacional, que unem design global e alto potencial de valorização”, explica Bruno Pira, especialista em mercado imobiliário de luxo. Ele é sócio de Felipe Leal na Pacta Sunt, que destaca que “o conhecimento profundo dos principais condomínios e projetos de São Paulo é essencial para atender famílias de alta renda com agilidade”.

Segundo a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), nos últimos três semestres anteriores (até o fim de 2024), o segmento de luxo representou, em média, 28% do Valor Geral de Vendas (VGV) nas 10 maiores cidades do país. Em número de unidades lançadas, manteve participação estável em torno de 5%, evidenciando sua resiliência diante das variações do mercado geral.
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