O Ibovespa terminou a sexta-feira (15) praticamente estável, em 136.340,77 pontos, com leve queda de 0,01%. Apesar disso, o índice acumulou alta de 0,31% na semana, refletindo a força da temporada de balanços corporativos. Já o dólar recuou 0,34% no dia, cotado a R$ 5,3994, e somou perda semanal de 0,64%.
Segundo analistas, o pregão foi marcado por um “cabo de guerra” entre ganhos em Banco do Brasil e pressões vindas de Embraer, além da correção em Petrobras e Vale, que acompanharam a queda de petróleo e minério. Nesse contexto, os resultados corporativos locais e as expectativas para a política monetária, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, foram determinantes para o comportamento dos ativos.
O que impulsionou a bolsa brasileira nesta semana?
De acordo com Gustavo Cruz, estrategista financeiro, o movimento positivo veio sobretudo da temporada de resultados: “A semana foi, mais uma vez, marcada por balanços corporativos no Brasil… tivemos vários resultados que acabaram mexendo bastante com o índice”, afirmou.
Além disso, o cenário macro também trouxe suporte. “Na parte de indicadores, a gente até vê a economia desacelerando. O IPCA veio sem ser muito pressionado, o que aumentou a expectativa de cortes de juros no Brasil ainda neste ano. Nos EUA, os resultados foram bons para a inflação e a economia não tão forte, consolidando a expectativa de corte em setembro pelo banco central americano”, completou.
Por que o dólar perdeu força nos últimos dias?
Nesse sentido, a fraqueza da moeda americana foi atribuída justamente à combinação de expectativas de afrouxamento monetário e ambiente internacional menos arriscado. “A fraqueza do dólar nesses últimos dias tem a ver com esse cenário… e, claro, hoje tem a reunião do Trump com o Putin, que pode abrir conversas para encerrar a guerra”, destacou Cruz. A perspectiva de acordo também pode ampliar a oferta de petróleo, pressionando as cotações para baixo.
Principais números da semana
- Ibovespa: 136.340,77 pontos (-0,01% no dia; +0,31% na semana)
- Dólar: R$ 5,3994 (-0,34% no dia; -0,64% na semana)
Por outro lado, fatores domésticos adicionais, como o pacote de ajuda do governo, já vinham sendo antecipados e não geraram impacto expressivo sobre os preços. “Esse anúncio já estava no radar, então não mexeu com o mercado”, avaliou o estrategista.