O analista de política e economia Miguel Daoud avalia que o fortalecimento da imagem do Brasil no cenário internacional depende, em grande parte, de uma condução sólida da política fiscal. Segundo ele, embates estratégicos no campo econômico e diplomático podem atrair mais investimentos e contribuir para a criação de um ambiente econômico mais estável, desde que haja coerência nas ações internas do governo.
Nesse sentido, Daoud enfatiza que a gestão fiscal eficiente é um pilar para sustentar o crescimento econômico e gerar confiança no mercado. O equilíbrio entre arrecadação e despesas públicas, aliado a um planejamento consistente, é apontado como essencial para preservar a credibilidade do país e incentivar fluxos de capital.
Quais os impactos da política fiscal?
Em um cenário de recuperação econômica, a política fiscal é um dos pontos mais observados pelos analistas. Para Daoud, o desempenho do governo nessa área pode definir não apenas a estabilidade econômica, mas também o capital político necessário para futuras disputas eleitorais. “Se mantido o ritmo atual, Lula pode não apenas buscar a reeleição, mas também indicar um sucessor que preserve o poder político”, afirmou.
Ele ressalta que o acompanhamento das contas públicas deve ser constante. Um desequilíbrio fiscal, caracterizado por gastos acima da arrecadação, pode minar a confiança do investidor e aumentar o custo de financiamento da dívida. “A capacidade do governo de manter um controle fiscal adequado será um fator decisivo para a atração de investimentos”, destacou.
Taxas de juros e política fiscal: como se relacionam?
As taxas de juros têm relação direta com a condução da política fiscal. Em um ambiente de contas equilibradas, o Banco Central tende a encontrar mais espaço para reduzir os juros, estimulando crédito e consumo.
Para Daoud, essa interação é estratégica. “Se o Banco Central conseguir equilibrar a inflação e a taxa de juros, teremos um cenário propício para investimentos”. O controle fiscal ajuda a conter pressões inflacionárias e cria condições para uma política monetária menos restritiva.
Perspectiva macroeconômica com foco fiscal
O cenário macroeconômico brasileiro apresenta sinais de otimismo, mas ainda sofre influência de fatores externos e internos. Daoud destaca que a estabilidade fiscal é fundamental para que o Brasil se beneficie do comércio internacional, especialmente no setor de commodities. Entretanto, tensões como a guerra na Ucrânia e oscilações no mercado global afetam diretamente a balança comercial.
No plano interno, a instabilidade política pode comprometer a previsibilidade das regras fiscais e afastar investimentos. “É crucial que o governo mantenha um diálogo aberto com o setor privado e busque alternativas para mitigar riscos”, observou o analista. A convergência entre responsabilidade fiscal e previsibilidade política é, segundo ele, o caminho para o crescimento sustentável.
Estratégias de investimentos
Para investidores, acompanhar a condução da política fiscal é tão importante quanto observar indicadores de mercado. Daoud recomenda a diversificação de portfólios e atenção especial a setores que se beneficiam de um ambiente de estabilidade, como infraestrutura e tecnologia.
Além disso, acompanhar reformas estruturais e alterações no arcabouço fiscal pode oferecer sinais relevantes para ajustes de investimento. “Investir em setores que se beneficiam de um ambiente de crescimento pode ser uma boa estratégia, mas é preciso análise contínua das condições econômicas e políticas”, concluiu.
- Gestão fiscal equilibrada fortalece a confiança de investidores.
- Política fiscal sólida amplia espaço para redução de juros e estímulo à economia.
- Estabilidade fiscal é pilar para crescimento sustentável e atração de capital.