A indústria química brasileira intensificou sua mobilização no Congresso Nacional após a imposição de tarifas adicionais por parte dos Estados Unidos sobre produtos químicos nacionais. A exposição organizada pela Abiquim, em cartaz na Câmara dos Deputados até 15 de agosto, busca alertar parlamentares para os riscos da desindustrialização e cobrar a votação imediata do Projeto de Lei 892/2025 — o PRESIQ.
O programa estabelece um novo regime de incentivos com foco em sustentabilidade e inovação, considerado essencial para a manutenção da produção no país. O projeto já teve a urgência aprovada, mas aguarda deliberação do plenário.
A escalada da guerra comercial tem impacto direto no setor. O governo dos EUA adicionou uma tarifa de 40% sobre os produtos químicos brasileiros, somando-se à alíquota base de 10%. A medida afetou as exportações do setor e já levou ao cancelamento de pedidos por parte de empresas americanas, segundo dados da Abiquim. “O setor é um dos maiores contribuintes de impostos e emprega milhões. Mas sem medidas urgentes, vamos continuar perdendo mercado e competitividade”, alertou Marcelo Perracini, diretor da Rhodia (Grupo Solvay).
Parlamentares da base governista reconheceram o papel estratégico da indústria. O deputado Alexandre Lindmeyer (PT-RS), integrante da Frente Parlamentar da Química, defendeu a celeridade na tramitação do projeto. “A indústria química é estratégica. É a indústria das indústrias. O PRESIQ fortalece o setor, garante empregos e dá sustentabilidade à produção”, afirmou.
Além dos impactos econômicos, a exposição tem caráter educativo, buscando aproximar a pauta do cotidiano da população e destacar a presença da química em áreas como saúde, energia, alimentos e infraestrutura. “A exposição conscientiza. A química garante soberania, gera empregos e nos posiciona no mundo com responsabilidade ambiental”, destacou o deputado Reimont (PT-RJ).
O relator da matéria no plenário será o deputado Zaratini (PT-SP). A expectativa da Abiquim é que a proposta seja votada ainda em agosto, com tramitação acelerada também no Senado. “Comprometer a cadeia química é comprometer empregos, inovação e soberania. O mundo está em guerra comercial. O Brasil precisa proteger sua base produtiva ou será apenas um consumidor de tecnologia estrangeira”, ressalta André Passos Cordeiro, presidente da Abiquim.
Veja mais notícias aqui.
Acesse o canal de vídeos da BM&C News.