O Bradesco apresentou um desempenho sólido no segundo trimestre de 2025, em linha com sua trajetória de recuperação gradual da rentabilidade. De acordo com análise da MSX Invest, liderada por Marco Saravalle, os números refletem uma melhora consistente da margem financeira, crescimento das receitas e maior eficiência operacional, impulsionada por iniciativas digitais.
O lucro líquido recorrente somou R$ 6,1 bilhões, com alta de 3,5% em relação ao 1T25 e de 28,6% na comparação anual. O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) atingiu 14,6%, sinalizando o fortalecimento da rentabilidade do banco, enquanto a receita total cresceu 15,1% em um ano, alcançando R$ 34 bilhões.
Quais foram os principais destaques operacionais do Bradesco?
O grande destaque operacional foi a margem financeira total, que somou R$ 18 bilhões no trimestre, com avanço de 4,7% frente ao 1T25 e de 15,8% na comparação anual. A margem com clientes também apresentou forte desempenho, subindo 16,4% em relação ao mesmo período de 2024, totalizando R$ 17,8 bilhões. O resultado foi favorecido pelo aumento da carteira de crédito e pela eficiência na captação, com a taxa média subindo de 8,6% para 8,8%.
A carteira de crédito expandida cresceu 1,3% no trimestre e 11,7% em um ano, com avanço na participação de linhas com garantias, que passaram de 57% para 58,5% do total. No crédito para pessoa física, destacaram-se o crédito imobiliário e o crédito pessoal. Já nas MPMEs, o foco foi na oferta de crédito com garantia, principalmente com uso de instrumentos como FGI e FGO. O consignado do INSS, por sua vez, teve retração devido a mudanças regulatórias.
Qualidade do crédito do Bradesco preocupa?
A inadimplência acima de 90 dias manteve-se estável em 4,1%, com destaque para a estabilidade nos segmentos de pessoa física (5,1%) e MPMEs (4,3%). O segmento de grandes empresas registrou uma leve alta, encerrando o trimestre em 0,4%. O custo de crédito subiu para 3,2%, ante 3,0% no trimestre anterior, ainda dentro de patamares controlados. Houve uma queda de R$ 1,5 bilhão na carteira reestruturada no trimestre, totalizando uma redução anual de R$ 7,8 bilhões.
Receitas não financeiras mantêm bom desempenho?
Sim. As receitas com prestação de serviços cresceram 10,6% na comparação anual, com destaque para cartões, consórcios e mercado de capitais. O resultado operacional da área de seguros atingiu R$ 5,7 bilhões, com lucro líquido de R$ 2,3 bilhões. Apesar de uma queda trimestral de 6,1%, houve alta anual de 4,4%, com ROAE de 21,4% na seguradora, reforçando sua importância na composição de resultados do banco.
O Bradesco segue com foco em eficiência operacional, mesmo com as despesas operacionais crescendo 9,9% em um ano. Excluindo os efeitos de Cielo e Elopar, o avanço foi de 5,8%. Despesas de pessoal e administrativas subiram 4,9%, abaixo da inflação. O banco investiu na abertura de escritórios do segmento Principal, na expansão dos correspondentes bancários e na digitalização de serviços via aplicativo para empresas, incluindo novos produtos voltados à gestão de caixa.
Como está a posição de capital e distribuição do Bradesco aos acionistas?
- Índice de Capital Nível 1: 13,0%
- Capital Principal: 11,1%
- JCP distribuído no 2T25: R$ 3,6 bilhões
Segundo a MSX, os índices de capital continuam robustos e dentro dos parâmetros regulatórios, permitindo ao banco continuar sua estratégia de remuneração ao acionista sem comprometer sua solidez financeira.
Compromissos com sustentabilidade avançam?
Até junho de 2025, o Bradesco já havia atingido 95,5% da meta de direcionar R$ 350 bilhões para negócios com impacto socioambiental até o fim de 2025. Essa iniciativa reforça o compromisso da instituição com uma economia mais verde, resiliente e inclusiva.
O que esperar do Bradesco?
De acordo com a equipe da MSX Invest, liderada por Marco Saravalle, o Bradesco segue em trajetória positiva, com geração de valor sustentada por crescimento de receitas, controle da inadimplência e avanço no plano de transformação digital. O bom desempenho dos seguros e o fortalecimento da margem com clientes seguem como pilares-chave. A revisão positiva do guidance mostra confiança da gestão na continuidade dessa recuperação, consolidando o Bradesco como um dos principais nomes do setor financeiro nacional.