O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 3% no segundo trimestre de 2025, superando a expectativa do mercado de 2,4%. Esse resultado reverteu a queda de -0,5% do primeiro trimestre e descaracteriza as especulações sobre uma possível recessão americana em 2025. A leitura dos dados mostra que a contração anterior foi mais técnica do que uma verdadeira fraqueza econômica, ajudando a aliviar as preocupações do mercado sobre um cenário mais sombrio para o futuro imediato dos EUA.
Além do crescimento de 3%, o segundo trimestre também se destacou pela melhora na qualidade do crescimento. O consumo das famílias acelerou para 2,5%, os gastos do governo federal subiram 4,9%, e as exportações aumentaram 12,3%. Esses indicadores sinalizam que, apesar do nível elevado de juros, a economia americana segue aquecida. Entretanto, a queda de 1,29% nos estoques, que haviam inflado artificialmente o PIB no primeiro trimestre, e a redução de 7,1% nas importações também contribuíram para um resultado mais equilibrado.
O que este crescimento do PIB significa para o mercado?
Um dos principais destaques do trimestre foi o desempenho da demanda interna privada, que avançou 2,9% quando medida pelas vendas finais. Esse crescimento é visto como um dos sinais mais confiáveis de que a economia americana permanece robusta, mesmo com a taxa de juros elevada de 4,5%. O número de vendas finais destaca-se como um indicador-chave de atividade no setor privado, um fator muitas vezes ofuscado pelo número de crescimento do PIB total. A desaceleração na inflação, medida pelo índice de preços PCI, que caiu de 3,5% para 2,7%, também pode sinalizar ao Federal Reserve que o momento de cortes nas taxas de juros está mais próximo.
No entanto, especialistas apontam que, apesar do crescimento mais forte, o PIB dos EUA deve continuar em uma trajetória moderada para o restante de 2025, com expectativas de crescimento entre 1,5% e 2%. O cenário de alta de juros ainda pode pesar na economia, embora o quadro geral tenha melhorado consideravelmente após os dados do segundo trimestre.
PIB e o impacto da política monetária
De acordo com Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, a desaceleração da inflação, aliada ao forte desempenho do consumo e das exportações, coloca os EUA em uma posição mais favorável para enfrentar desafios econômicos. Cruz destaca que “apesar da desaceleração nas importações e da queda dos estoques, o mercado está vendo uma recuperação sólida nos fundamentos da economia americana, o que provavelmente reforça a confiança no crescimento contínuo no segundo semestre“.
Essa recuperação, segundo o estrategista, mostra que a economia americana está superando as adversidades do aumento das taxas de juros, e a inflação mais baixa, combinada com uma aceleração no consumo e nas exportações, pode permitir ao Federal Reserve uma maior flexibilidade em sua política monetária. Ele acrescenta que o cenário atual reforça a ideia de que uma recessão não está no horizonte imediato, e o crescimento moderado será a tendência no futuro próximo.
- Crescimento do PIB no 2º Trimestre de 2025: 3% anualizado, superando as expectativas de 2,4%.
- Consumo das famílias: Acelerou para 2,5%, impulsionando a recuperação.
- Exportações: Aumento de 12,3%, contribuindo positivamente para o crescimento.
- Gastos do governo federal: Subiram 4,9%, mantendo o suporte à economia.
- Estoques: Queda de 1,29%, retirando o crescimento artificial do primeiro trimestre.
- Inflação PCI: Desaceleração de 3,5% para 2,7%, com potencial impacto nas futuras decisões do Fed.
Em resumo, os dados econômicos mais recentes apontam para uma recuperação econômica mais sólida nos EUA do que se imaginava anteriormente. Embora o crescimento de 3% no segundo trimestre mostre uma economia ainda vigorosa, as projeções indicam um crescimento mais modesto para o restante de 2025, com uma inflação mais controlada, o que pode dar ao Federal Reserve espaço para ajustes mais cautelosos nas taxas de juros.